Análise dos Crossfit Regionals de 2017 – Categoria Individual

Os eventos dos regionais estão aí. E é fácil percebemos duas grandes surpresas: sem barbell e sem remo. Todos os movimentos de levantamento, seja olímpico, seja de powerlifting, são com dumbbell, kettlebell ou sandbag. Exatamente. No segundo, terceiro e quinto evento o nosso conhecido dumbbell do open está de volta seja com snatch (mais uma vez), overhead walking lunge em um braço só e overhead squat. Todos esses movimentos serão feitos com dumbbells de 80/55 lbs. Os kettlebells aparecem no 4º evento com dois KB de 150/106 lbs na forma de deadlifts. Por fim, os cleans serão com sandbags de 150/100 lbs no último evento. Cade a barra, Dave??? O que ela fez para você ter tanta raiva dela??? É especulação, é claro, mas será que a Rogue tá precisando tanto vender dumbbell??? Não parece ser coincidência toda essa carga de movimentos com a sua utilização… (video de todos os WODS no final do post)

A mais longa prova dos regionais é logo a primeira prova a ser feita….que já traz outra novidade que é o colete com 20/14 lbs (tipo aquele que a gente sorteou aqui para vocês….).  Nessa prova, os atletas deverão correr 1200m na famosa esteira curva, seguido de 12 rounds de 4 strict HSPU, 9 chest to bar e 12 air squats. O mínimo exigido desse workout é de 3 rounds.  Quem acompanhou ano passado viu o sofrimento de muitos no Regional Nate, que tinha 40 strict hspu e vários strict mu. Dessa vez serão 48 hspu…e com um colete! Os rounds finais serão difíceis…ginásticos no strict tem aquele problema: de vez em quando falha. E pronto. Tem que esperar para recuperar e fazer. Time cap dessa prova: 25 minutos! Não espere que todos terminem. A maior chance é que ocorra como ano passado onde poucos terminaram o Regional Nate.

Dave então tira os atletas de uma prova de alto volume para uma prova de alta intensidade. A segunda prova vai ser uma das mais curtas, 21-15-9 de dumbbell snatch e ring dip.  Time cap de 6’. Adoro provas tipo sprints por que cada erro pode ser fatal e fazer você cair drasticamente no leaderboard. Considerando todo trabalho de ombro com os stricts HSPU do WOD anterior, poderemos ver gente tentando ir rápido demais e não tendo forças para manter o ritmo até o final? Vai ser interessante…

O sábado está super interessante com um chipper na primeira prova do dia e um triplet na segunda. No chipper nós teremos 100 pés de overhead walking lunge com dumbbell 80/55 lbs, 100 double unders, 50 wall ball 30/20 lbs, 10 subidas na corda (as mesmas do Games…que você tem que fazer o início legless antes de conseguir prender o pé), e depois volta por onde veio com 50 wall balls, 100 DU e 100 pés de OH walking lunge. Então você manda os atletas fazerem um OH Walking lunge para forçar ombros e pernas, põe 50 WB pesados…e aí vem o drama. Não foi à toa que Dave escreveu por último o rope climb. Ter que fazer 10 subidas na corda meio legless com a frequência lá em cima e depois de todo trabalho do ombro? Vai ser tenso! Time cap dessa prova de 16 minutos. 

O triplet consiste em hand stand walk (60 pés, sendo 15 pés ininterruptos…ou 4,5 metros), toes to bar e deadlifts com KB de 150/106 lbs. São 4 rounds disso com as reps de toes to bar e deadlifts começando em 10 e aumentando de 2 em cada round até chegar em 16. Time cap de 11’ – que eu gastaria inteiro no HSW dos primeiros 30 pés…..mas beleza! Ainda mais depois de todo trabalho que você teve de ombro nas últimas provas. Não tenho ideia de como vai ser esse deadlift com KB, mas imagino que seu grip vai sofrer (ainda mais levando esses KB para passear pela pista)…junto com o T2B que vai pegar o grip e seu core e seu antebraço(!!!)….tudo vai fazer os últimos HSW lindos de ver! Ou não…
 
Pela segunda vez veremos o 21-15-9, agora na quinta prova, mas com muscle ups e dumbell overhead squats. Contudo, a 5ª prova tem um time cap bem mais longo, de 11 minutos. Talvez seja por causa do ring MU…claro que esses atletas de elite estão acostumados e 45 reps seria relativamente tranquilo. Mas ponha em perspectiva tudo que eles fizeram nos eventos anteriores e pode ser tenso. Ainda mais combinado com OH squat com dumbell, o que torna tudo muito mais difícil.  Sim, fazer OHS com dumbbell é o cão…

Por fim, o último evento parece que vai dar bastante emoção! Pois também será um evento curto. 6’ de time cap para fazer 30/25 cal na bike, 20 burpee box jump overs em 30”/24” e 10 cleans com 150/100 lbs usando um sandbag…sim, um saco de areia.  Os brasileiros bem lembram da dupla bike mais box jump do monstar….mas acho que não teremos muitos problemas com atletas de elite. Até a mão na caixa eles podem colocar. O saco de areia pode ser um complicador interessante, pois pode tornar tudo meio estranho, sem pegada, e complicar as coisas. Mas o fato de ser um sprint no final é bacana, por que é a última chance de conseguir uma vaga para os Games e a luta nesses movimentos vai ser intensa.

Os brasileiros vão competir na super regional sul. Eles devem sofrer exatamente pela falta de material. Mas são poucos que tem no mundo mesmo um KB de 150 lbs ou um dumbbell de 80 lbs. Os 5 atletas masculinos que foram aos games ano passado estarão de volta: Roy Gamboa, Travis Williams (que entrevistamos), Logan Collins, Sean Sweeney e Joseph Gusnier. Desses classificados ano passado, 3 foram ao games pela primeira vez em 2016 e não podem ser considerados super veteranos. Mas…além deles, teremos os ex atletas de Games da categoria individual competindo como Elijah Mohammed e Adrian Conway (sem contar os que já foram como time)! É esperar para ver como irão Artur Machado, Anderon Primo, Gilson Duarte, Guilherme Domingues e Pablo Chalfun e torcer muito por eles.

O lado feminino das regionais sul é mais competitivo, a começar pela presença da vencedora do Games de 2014 Camille Leblanc-Bazinet, além de outra super veterana Margaux Alvarez. Tennil Reed, que competiu ano passado no Games estará de volta, além de Candice Wagner, Alexis Johnsons e Amanda Goodman (que quase ficou de fora, mas já foi para o Games 3 vezes de 2013 a 2015). Vai ser uma luta interessante que as brasileiras terão que travar! Vamos torcer para Anita Pravatti, Antonelli Nicole, Luiza Dias, Chris Schmidt, Marina Ramos Jorge, Renata Pimentel e Karime Ferrari.

Se vai ser interessante de olhar? Sem dúvida. Os WODs foram bem pensados para achar as fraquezas dos atletas. Se eu gostei? Confesso que não. Amo barbell, assim como a grande maioria de que faz CrossFit. E vou sentir muita falta de barbell…sou um cara que gosta dos eventos mais clássicos. Acho desnecessário trazer o inesperado já para os regionais…mas é uma novidade. E uma novidade para todo mundo ao mesmo tempo. Com todos esses ingredientes, acompanharemos como todos se comportarão e obviamente torceremos muito para os brasileiros conquistarem uma vaga no Games.

VEJA ABAIXO VIDEO DE TODOS OS 6 EVENTOS INDIVIDUAIS DIVULGADOS ATÉ O MOMENTO:

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