Foram dias de tensão e irritação. Alguns e-mails trocados com a CrossFit até que o problema fosse resolvido. Demorou, mas Artur Machado, o atleta Latino Americano mais bem posicionado nos regonais do ano passado (16a colocação), conseguiu ver o seu tempo de 12’07” no 17.1 ser validado. Agora sim, ele pode tentar a quarta classificação para os regionais. Desde de seu primeiro open em 2014, Artur Machado sempre foi aos regionais e ainda tem uma boa chance pela frente esse ano. Em 21o colocado, ele ainda tem mais dois W.O.Ds para entrar entre os 10 melhores da América Latina. Para um atleta que começou treinando em parques e praças, o que este goiano alcançou no esporte em pouco tempo impressiona! Veja a entrevista que ele nos concedeu:
HC: Ficha Técnica
AM:
Nome: Artur Machado
Box: Fúria CrossFit
Tempo que treina: 5 anos
Benchmark favorito: Amanda
Ponto forte no CrossFit: Mental
HC: Seu início no CrossFit foi….digamos, diferente. Treinava em parques com amigos e ainda assim se destacou no TCB. Como isso afetou seu rendimento hoje no esporte? Como foi a mudança para um treinamento em box de CrossFit?
AM: Treinar no parque era pura diversão, não havia nenhuma pressão em relação a competição, eu me reunia com amigos apenas para treinar. E eu sempre lembro disso nos momentos de pressão, que eu comecei a treinar e ainda faço isso por que me faz bem, não para impressionar os outros ou ser melhor que alguém.
HC: Como é a sua rotina de treino hoje? Há um coach ou vc mesmo monta sua programação? A mudança de Goiânia para Balneário Camboriú afetou sua rotina de treino?
AM: Faço 2 sessões de treinos diárias, eu mesmo monto meus treinos. A mudança de cidade afetou meu condicionamento devido ao clima. Vim de uma cidade com clima seco para uma cidade com clima muito úmido, ainda tenho sofrido nos treinos para me adaptar.
HC: Ano passado você participou do seu terceiro regional e terminou na melhor colocação de um latino americano, na 16a colocação. Ano retrasado havia terminado em 41o. O que mudou? O seu treinamento, a sua estratégia ou se considera mentalmente mais forte?
AM: Meu condicionamento físico melhorou mas com certeza a maturidade com os anos competindo é o que faz a diferença. Nos meus 2 primeiros regionais a minha meta era só me classificar, eu fui para observar e ganhar experiência. Em 2016 eu já fui focado com uma meta pessoal de estar no top 10.
HC: Você postou na história do seu Instagram uma conversa com sua mãe no WhatsApp comentando que há muita farsa nos resultados do open. Você acha que isso é apenas na América Latina ou é pior aqui? Acha que podem ser feitas algumas mudanças para melhorar o processo?
AM: Acredito que aconteça no mundo todo, pois a forma de avaliar os resultados no open é muito fraca. São 5 provas e eles pedem apenas o vídeo de uma prova, no fim das 5 semanas de competição. Acredito que eles deveriam pedir o vídeo de cada semana junto ao resultado postado.
HC: Como foi o processo de preparação para o open esse ano? Anita Pravatti nos falou q ela focou mais nos treinos para os regionais do que no open esse ano. Você fez alguma alteração nesse sentido?
AM: A frase que resume o CrossFit é “constantemente variado”. Eu vou para a box treinar, variar os estímulos, fazer coisas que gosto e outras que não gosto tanto. Não fico me pressionando por conta de nenhuma competição específica, eu apenas treino por que independente da competição, o que eles passarem eu vou ter que fazer.
HC:Você anunciou que houve um erro com o seu score no 17.1 que a Crossfit respondeu que irá consertar! Isso deve deixar qualquer um louco, ainda mais para um atleta que disputa vaga nos regionais. Como isso o afetou para o restante do open?
AM: Realmente isso me deixou muito estressado, fiz a segunda semana o 17.2 bem desmotivado. Mas logo eles me responderam e confirmaram que iriam consertar o problema. Me deu ânimo para continuar batalhando nas próximas 3 semanas de campeonato.
NOTA DO HC: A entrevista foi realizada antes da CrossFit consertar o resultado do 17.1 e antes do 17.3!