Ela já ganhou o TCB 3 vezes, em 2011, 2015 e 2016. Se te parece muito, ela também já participou 4 vezes das etapas Regionais do CrossFit, em 2012 e 2014 na América Latina e em 2015 e 2016 na South Regional. Ano passado conseguiu a melhor colocação de uma latino-americana num super regional com a 17ª colocação. Anita Pravatti, além de ser essa atleta excepcional, é coach e mãe!!! Conversamos com ela para saber como é a sua rotina e como tem se preparado para a temporada de 2017.
HC: FichaTécnica
Nome:Anita Pravatti
Box: Pam CrossFit
Tempo de treino: Conheco Cf desde 2010, treino desde então, mas voltado à competição desde 2015.
Benchmark favorito: Murph
Ponto forte no CrossFit: Foco mental
HC: Acho sempre interessante que as pessoas vejam o quanto de treino é preciso para se tornar um atleta de alto desempenho. Como é sua rotina diária?
AP: Eu acordo levo a minha filha pra escola, vou pro Box começo as 10 e vou até 12:30 , à tarde treino das 15 até 16:30 e depois trabalho.
HC: Você recentemente se mudou de Brasília para a PAM em Paulínia e treina junto com o Chiquinho. Por que dessa mudança? Mantém o mesmo coach?
AP: Eu sou de Cabreúva interior de São Paulo e mudei pra Brasilia a trabalho, porém sempre quis voltar ficar perto da minha família. A proposta da Pam coube certinho, com filhos ter família perto faz muita diferença. Fiz faculdade com o Chiquinho, nos conhecemos desde antes do CrossFit e dividir aulas e às vezes treino com ele é sempre muito bom. Sim, mantenho o mesmo coach Bernardo Camargo da BSB CrossFit.
HC: Num esporte que envolve força física, onde muitas mulheres tem receios de “ficarem fortes”, as atletas brasileiras tem ido muito bem. Comparando os regionais no ano passado, foram 5 atletas femininas contra 3 atletas masculinos. Além disso, ainda tivemos pela primeira vez uma competidora individual na categoria adolescente no CF Games. Como você vê esse movimento feminino no CrossFit brasileiro?
AP: Eu brinco nas minhas aulas que as mulheres são mais fortes mentalmente que os homens, somos mais teimosas talvez rsrs e desistimos com menos facilidade. O CrossFit é um esporte que vc se compara com os outros, se essas pessoas são boas o nível tende a subir. Acho que isso aconteceu no Brasil, temos meninas boas, então uma puxa a outra. Porém, acho que esse ano o nível masculino subiu e acho que será tão forte ou mais que o feminino.
HC: O open está aí. Como é a preparação? Como encara os WODs e quantas vezes faz os WODs?
Queremos ver você de novo nos regionais e, dessa vez indo aos Games!
AP: A preparação desse ano foi um pouco diferente. Geralmente eu me preparo para o Open, mas esse ano eu e meu coach tomamos a decisão de se preparar para o Regional, trabalhando mais cargas e ginásticos complexos, porque passamos pelo Open porém, quando chega no Regional, apesar de eu ter tido um bom resultado ano passado, ficamos longe das 5 vagas. Eu fiquei em 17 colocação de 50 meninas, esse ano a meta é ficar entre as 10 e, se alguém escorregar, vai que sobra uma né..rs. No Open faço geralmente 2 vezes os wods, e não gosto de pressão então tento encará-los como se fosse um wod normal do meu treino.
HC: O que você acha que falta para o Brasil ter representantes nos Games? Apenas uma questão de tempo?
AP: Acho sim apenas uma questão de tempo. Lógico que cada ano o nível aumenta mas, treinando e competindo lá fora vi que o que nos falta é muita da malícia e experiência deles. Isso já esta melhorando, eu mesma sempre achei que era algo impossível ficar entre os top 20 de um super regional, e ano passado tivemos eu, Anderon e Arthur Machado, com isso acho que todos nós ficamos com um gostinho de quero mais .
HC: Se vc pudesse dar um conselho aos que estão começando no esporte e almejam um dia chegar ao topo das principais competições nacionais e ao Games, qual seria !?
AP: Foco e paciência, pois não é uma vida fácil e o caminho é longo. Eu sou totalmente contra achar artimanhas pra burlar isso, desde fingir resultados, uso de anabolizantes, e tudo o mais que se possa fazer. Pois a parte física você pode melhorar assim, mas a parte mental vc só trabalha com anos de treino e com os erros e tropeços que levamos. Hoje tenho uma rotina mais calma, porém já tive que fazer do meu dia 48 horas pra dar conta de tudo isso durante muito tempo, se isso iria dar certo nunca soube, mas eu tinha que tentar. Saber aproveitar e dor e se fortalecer nela é isso que o tornará um atleta pra qualquer tipo de competição não só dentro da arena mas na vida.
Até a publicação, ela estava na décima colocação no open na América Latina!