Recap dos Latin America Regionals: o Brasil vai ao games na categoria principal

Antes mesmo do início, já veio o susto e desespero. Em razão greve dos caminhoneiros, os equipamentos da Rogue ficaram todos parados nas barreiras sem conseguir passar e chegar no Rio, depois de terem sido enviados para o Porto de Santos. Esse grande problema, tornou-se talvez uma das coisas mais bonitas do nosso esporte nos últimos tempos, mostrando o verdadeiro significado de comunidade! Em razão da falta de itens básicos ,16 (dezesseis) boxes do Rio de Janeiro emprestaram seus equipamentos, sem nenhuma restrição, para fazer com que o evento ocorresse. Foi uma demonstração incrível, que acabou salvando o evento que chegou a cogitar o cancelamento.

E olha….sejamos justos, mesmo sem a beleza o cenário e a qualidade dos equipamentos Rogue na arena, o evento não decepcionou. Dá pra dizer que foi raiz e MUITO emocionante pra quem, como nós, esteve presente na arquibancada torcendo por nossos atletas, em cada rep, praticamente fazendo os ginásticos, levantando e segurando as barras e todos os aparelhos juntos. Honestamente, acredito que pouquíssimas torcidas no mundo se comparam à nossa. Contávamos juntos cada rep buscando incentivar ao máximo quem estava ali competindo na arena, que retribuiu com garra e não decepcionou.

Não mesmo! Tínhamos apenas uma vaga para cada categoria, diferente dos outros regionais que tem 5 ou 4. Então, todos lutaram muito para conseguir a classificação. Após obter a última vaga dos regionais, que veio apenas após a opção de alguns atletas em competir por times, Pablo Chalfun mostrou a que veio. Fez valer lá dentro da arena essa oportunidade única de competir em casa com o apoio da galera, e conseguiu conquistar a histórica vaga para os CrossFit Games 2018, e será o primeiro brasileiro em um das categorias principais!

Em apenas uma prova, o evento 2 (dois), o Linda Adaptado (com bench press sendo substituído por push press), ele ficou fora dos top 5. Em todos os outros 5 (cinco) eventos, foram dois quintos lugares, um primeiro, um segundo e um terceiro. Para termos uma noção de sua performance, na prova 4, de snatches e burpees, uma das únicas que podemos comparar para valer com a das outras regionais (em função da necessidade de se fazer modificações nos wods), com o tempo de 5’54” ele teria ficado em primeiro nos South Regionals, antiga regional que os latino americanos competiam.

André Sanches, que acabou o primeiro dia na liderança, teve problemas ao enfrentar a rampa e acabou caindo de posição. Ainda assim, ele se manteve no pódio dos Latin America Regionals com a terceira colocação geral. O segundo colocado foi o mexicano Luis Oscar Mora, um prodígio de, pasmem, apenas 19 anos.

Do lado feminino, nosso Regionals foi cheio de altos e baixos, deixando um gostinho de que poderia ter sido, mas não foi. Anita Pravatti chegou a ficar em segundo após o primeiro dia. Mas não foi bem na prova da rampa de HSW e acabou caindo algumas posições. Contudo, até o último dia, a diferença de pontos era muito pequena. Para se ter uma noção, a diferença da Brenda Castro, primeira colocada, para Anita, a sétima era de apenas 22 pontos. E a Vivi Aiello que estava na frente, tinha uma diferença ainda menor. Tudo era possível com muitos pontos ainda em jogo.

Mas aí, na nossa opinião, a greve dos caminhoneiros pode ter sido decisivanos resultados. Sem dumbbells de 50 lbs, o step up over box do evento 4, foi substituído por apenas um DB de 70 lbs. Na nossa opinião e de alguns coaches e atletas, isso facilitou muito o evento. Além disso, o drama dos dois DB de 50 lbs no lunge virou um OHS com uma anilha de 45 lbs. MUITO MAIS FÁCIL. Enquanto que os primeiros movimentos do evento 5 favoreciam os “mais baixos” e ágeis, a segunda parte favorecia os mais fortes. Isso ficou claro no masculino, que não teve a prova alterada, e viu-se que quem saía primeiro do toes to bar dificilmente fecharia em primeiro após os lunges. Ou seja, o que poderia favorecer nossas atletas mais fortes, como Vivi Aiello, Anita Pravatti e Tata Rebane, acabou não acontecendo.

Além disso, o rope climb foi substituído no evento 6  por chest to bar. Se quem é alto sofre no thruster, acaba levando vantagem no rope climb. Essa vantagem se desfez com o chest to bar. O caminho então estava livre para Brenda Castro levar os regionais e a sua primeira vaga para a América Latina.

Em segundo lugar tivemos Melinda Rodriguez, da BIGG CrossFit Recoleta, que ano passado competiu nos Games pelo time do mesmo box. Em terceiro ficou a brasileira Vivi Aiello, da Moema, que pela primeira vez competiu no individual nos regionais, teve excelente desempenho e chegou pódio, apenas 02 pontos atrás da segunda colocada.

Outras atletas de destaque que mesmo com as mudanças deram a garra até o final foram Tatá Rebane e Anita Pravatti. Tatá que estava fora da última bateria no evento 5, não apenas pulou para 10o no após esse evento, como também mandou muito bem no evento 6 e garantiu o 5o lugar. Anita, mesmo não indo tão bem quanto aposto que gostaria, manteve sua constância e sua garra até o final e ficou com o 6o lugar.

Além deles, os times também mostraram garra até o final. O Time da Moema foi o brasileiro mais bem colocado e foi pra cima o tempo todo. No entanto, alguns pequenos problemas com a WORM no segundo dia fizeram com que eles caíssem um pouco de colocação. Mas ainda assim terminaram num excelente 4o lugar na América Latina. O time CFP9 também fez bonito e saiu da terceira bateria no primeiro dia, para a segunda bateria no segundo dia e finalmente ficar entre os top 10 no último dia da competição e finalizar num honroso 6o lugar geral.

Quem liderou praticamente todo o regional foi o Samurai Team, da Argentina. Seguidos sempre de perto pela CF Q21, do mesmo país. Mas foi no último wod, apenas lá, quando ficaram em quinto lugar, que eles viram o time Colombia Parceros deixá-los para trás e levar a vaga para os CrossFit Games.

Mas sim…todos os nossos atletas brasileiros fizeram muito bonito, dando o seu melhor e lutando até o fim. E todos eles merecem nossos aplausos, suporte, a torcida e o desejo de que retornem para o próximo Regional ainda mais fortes física e mentalmente. Esse foi o primeiro regional no Brasil, ano que vem a Crossfit já anunciou no próprio evento que teremos mais. E quem sabe com mais vagas? Parabéns a todos!

Segue abaixo classificação final dos brasileiros:

Colocação das Brasileiras

Vivi Aiello – 3o lugar

Tatá Rebane – 5o lugar

Anita Pravatti – 6o lugar

Larissa Cunha – 11o lugar

Antonelli Nicole – 13o lugar

Luana Soares – 15o lugar

Andreia Pinheiro – 18o lugar

Rosana Prado – 19o lugar

Susana Etto – 22o lugar

Nathália Mencari – 23o lugar

Luiza Dias – 24o lugar

Thatianne Freitas – 26o lugar

Chris Scmidt – 29o lugar

Colocação dos Brasileiros

Pablo Chalfun – 1o lugar

André Sanches – 3o lugar

Anderon Primo – 8o lugar

Lucas Almeida – 14o lugar

Fábio Dechichi – 17o lugar

Éder Costa – 20o lugar

Lucas da Rosa – 22o lugar

Antônio Reginaldo Silva – 23o lugar

Guilherme Domingues – 26o lugar

Gilson Duarte – 29o lugar

Pedro Castro – 33o lugar

Colocação dos Times Brasileiros

Team Moema – 4o lugar

CFP9 Rio – 6o lugar

Team Silver Fern – 10o lugar

Team Dark Bulls Macaé – 15o lugar

CrossFit Bauru – 16o lugar

CrossFit Ribeirão Preto – 20o lugar

Team Gurkha – 22o lugar

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