Imagina despencar do Brasil ao Egito para participar de uma competição de CrossFit? Pois foi isso que os atletas Diego Coelho (@coelhod), Lucas Sá (@lucassa29) e Gui Malheiros (@guimalheiros162) fizeram para competir no Elfit (@elfit_egypt), na cidade de Hurghada no Egito.
Enquanto Gui Malheiros competiu por times com outros dois egípcios e ficou na terceira colocação geral, Lucas Sá e Diego Coelho fizeram uma dupla totalmente brasileira e conquistaram o primeiro lugar na categoria Super Adaptative. Diego é um atleta adaptado desde que sofreu um acidente de carro e perdeu o movimento da T5 para baixo, numa complicação na cirurgia pós acidente. Conversamos com Lucas Sá para saber como foi o campeonato e a experiência de competir com um cara como o Coelho, uma já lenda do CrossFit adaptado no Brasil.
HC: Conta para mim como que surgiu esse campeonato no Egito e como você e Coelho se juntaram para ir até ao Egito competir!
LS: A ideia de competir junto surgiu logo após o Wod Land. Lá a gente competiu um contra o outro e foi muito massa. Logo que acabou o campeonato, a gente tinha decidido que competiríamos juntos e a ideia inicial era o KVRA Games em BH.
Logo que eles anunciaram a data, eu mandei mensagem para o Coelho e ele me disse que precisava conversar e soltou essa mega notícia! Ele foi convidado diretamente pelo presidente da federação fitness do Egito para representar o Brasil na competição e me convidou para ser sua dupla. Na hora que ele me chamou, já falei que animava e começamos a olhar tudo!
HC: O Coelho é um dos principais nomes do crossfit adaptado do país, se não o principal…isso não trouxe uma pressão maior para você? Primeira competição internacional e ao lado dele!
LS: Hoje ele é o principal nome do Crossfit adaptado no Brasil com certeza! Não só por ser um excelente atleta, mas também por tudo que ele faz pela expansão da categoria no Brasil e no mundo. Isso, por óbvio, traz uma pressão diferente para o campeonato, mas não me afetou em nada. Sou muito acostumado a competir, por participar de torneios a vida inteira, seja na natação, Tenis, escalada ou outros esportes. No final das contas eu quem acabei controlando a ansiedade do Coelho! 😅
HC: Eu acompanhei vocês pelas lives e stories e vi que vocês deram tudo que tinham, mas que o campeonato teve também alguns problemas, né? De forma geral, como foi o campeonato? Que problemas tiveram?
LS: O campeonato é sensacional. Ele foi realizado em um clube na cidade de Hurghada e contava com uma estrutura bem massa. Logo quando chegamos, ficamos assustados com o tamanho da competição: representantes de mais de 40 países diferentes, cerimônia de abertura com a presença do governante local e varias presenças.
Logo quando a competição começou, tivemos alguns problemas sim. O primeiro deles foi que a nossa arena de competição era separada do resto da competição (somente a final foi no campo de futebol, com a presença da torcida.
O segundo problema que tivemos foi entre o primeiro e segundo wod: fomos a única dupla que não teve nenhum intervalo entre os wods e entramos bem fadigados, mas mesmo assim ficamos em 2º.
Já no quarto wod, a dupla vencedora fez o wod num espaço separado, com ar condicionado, e não zerou o remo entre as séries, tendo uma grande vantagem em relação aos outros participantes.
Mas o problema maior mesmo veio na final. A prova consistia em três estações distintas e subsequentes. Na segunda delas eu tinha que fazer sandbag farmer carry e na terceira eu fazia Yoke Carry e o Coelho sled pull.
O grande problema foi que pegaram nosso material e nós perdemos muito procurando outro para fazer o wod. Para piorar, o sled do Coelho tinha 40% mais peso que os demais. Quando o wod acabou, fomos reclamar com a organização do evento e eles alteraram nosso tempo.
Além disso, mesmo após a realização de todos os workouts, eles alteraram a pontuação de duas equipes no segundo wod, o que traria a perda do título. Depois de muito conversar com a organização, conseguimos reverter a decisão e manter os pontos necessários pra garantir o título.
HC: Você falou que essa foi sua primeira competição com o Coelho, atleta adaptado. Como foi isso? Te deu outra perspectiva sobre o esporte? Sobre as possibilidades dele?
LS: Foi uma experiência sensacional! É extremamente gratificante poder estar entre eles e ver como eles superam todas as dificuldades e usam do esporte para melhorarem em todos os aspectos, não só como atletas, mas em qualidade de vida.
A cada segundo dentro da arena, eu sentia que ganhava anos de experiência, por conviver com eles.
Este campeonato somente me mostrou o tamanho do potencial que essa categoria tem e o quanto ela pode realmente mudar vidas. Foi literalmente inspirador!