Ele é uma das promessas do CrossFit no Brasil: conheça Kaique Cerveny

Ele tem apenas 21 anos e já vai participar de sua segunda competição internacional com o Brazil CrossFit Championship e disputar uma vaga para os CrossFit Games 2019. Se você ainda não ouviu falar de Kaique Cerveny, está mais que na hora de se atualizar. Tendo como coach, Júnior Carvalho, o mesmo do tetracampeão brasileiro Anderon Primo, Kaique Cerveny já se destaca como uma das promessas do CrossFit Brasileiro. Nós do HugoCross falamos com ele sobre seu começo, seu dia e dia e sua preparação para a vaga nos CrossFit Games. Veja a entrevista a seguir:

Nome: Kaique Cerveny Lima 
Box : Crossfit Bauru
Prática o CrossFit desde: Julho de 2016
Benchmark favorito: Isabel
Pontos fortes: LPO
Pontos fracos: Pistols, hspu
Na sua bolsa de CF tem que ter: Cinta, joelheira, corda, garrafinha, pré –treino, bolinha de liberação, grips, strap, munhequeira.

HC: Qual seu background esportivo e como/por que entrou no CrossFit?

Então, eu já passei por todos os esportes possíveis, futebol, basquete, skate, tênis… tudo o que pode imaginar. Mas nunca firmei em nenhum deles. A partir dos 12-13 anos eu comecei a praticar musculação, e assim foi até os 15 anos quando contratei um personal e ele me apresentou o Crossfit em uma das aulas.. Fizemos 1 mês mais ou menos de treinos adaptados em uma academia normal, mas logo pedi para que mudasse para apenas musculação. Sempre que eu voltava para a cidade dos meus pais, o meu antigo personal dizia que eu tinha que voltar pro crossfit porque tinha futuro naquilo. Então sempre que ia até lá eu fazia algumas aulas, o que foi me dando gosto pelo esporte. E foi com 18 anos que tive a vontade de ser atleta de Crossfit.

HC: Depois de não se classificar para o TCB em 2017 (sua primeira tentativa) e ficar de fora das seletivas em 2018 para cuidar de uma lesão, você surpreendeu todo mundo vencendo o Brazilian Showdown. Como foi essa experiência? Você sempre quis competir em alto nível?

Essa fase da lesão foi muito difícil pra mim. Eu quase não treinava, não podia levantar pesos, ou até mesmo fazer remo ou bike durante uma parte do tratamento. Eu ficava apenas com movimentos de ginástica, mas sem motivação alguma para treinar. Mas digo pra todos que ter passado por isso, foi algo muito bom e que me fez crescer demais. Respeitar o processo, ter paciência, e deixar desculpas de lado. Consegui reestruturar minha cabeça, e colocar em foco tudo o que eu queria de verdade. E assim que fui liberado pra treinar normalmente, o meu foco era outro, o que ajudou muito em minha evolução. O Brazilian Showdown foi um divisor de águas pra mim. Até então eu tinha muito medo de competir com atletas de alto nível, até porque eu duvidava muito da minha performance. Mas esse campeonato tinha atletas muito bons, e consegui me superar em muitas provas lá, o que me proporcionou confiança para competir contra atletas que eu tenho como ídolos. Sim, eu sempre tive vontade de competir em nível profissional. No começo, é muito difícil dizer que competir em alto nível é algo que você quer pra sua vida… só descobriremos isso quando tivermos que nos preparar para competir contra pessoas que querem o mesmo objetivo que o seu – o topo. E é o que venho fazendo a um bom tempo, me dedicando, trabalhando muito em cima disso, respeitando o processo, e curtindo cada momento!

HC: Com a vitória no Brazilian Showdown você ganhou uma vaga para o European Showdown, ao lado de grandes atletas como Adrian Mudwiller (atleta dos CrossFit Games) e Roman Khrennikov (atleta que ganhou os regionais europeus ano passado). E lá ainda conquistou o terceiro lugar. Como foi essa experiência para sua formação como atleta?

Esse campeonato foi demais. Pra falar a verdade, eu não conhecia os atletas que estariam competindo lá. Um dia conversando com alguns coaches do box, eu comentei o nome do Roman que estaria lá… foi só rizada, porque naquele momento que eu descobri que ele tinha ganhado os regionais da Europa heheheh. Mas eu fui com a cabeça muito tranquila pra lá, pensando em ficar pelo menos em um top 10. Quando chegamos na competição, realmente é muito perceptivo que eles são atletas de games. Concentração, aquecimento, tudo isso era bem diferente do que eu já tinha reparado em outros atletas. Mas quando fizemos a primeira prova, eu consegui ficar em primeiro. E foi aí que eu tirei o top 10 da cabeça e passei a brigar pelo pódio. E ter competido com eles foi demais… saber que tem 2 atletas de games contra você, e que ainda está dando trabalho pra eles em uma competição.. cara, foi surreal isso. E mais uma vez me deu uma segurança muito grande sobre minha performance. Isso provou que eu estou no caminho certo!

HC: Qual o seu dia a dia de atleta? E como você se prepara antes de uma competição?

Meus dias são praticamente todos iguais. Tenho aula na faculdade todos os dias as 8:20 da manhã. Então acordo as 7h, vou para a aula e saio de lá as 11h15 – 12h. A primeira sessão de treino da equipe se inicia as 13h, e costuma ir até uma 16h no máximo. Depois disso vou para casa e faço meu tempo de descanso até umas 20h, que costuma ser o horário da segunda sessão. Volto umas 22h pra casa, e é assim que meus dias costumam ser. Pra competições, geralmente eu foco mais em preparar a minha cabeça para tal. A arte de treinamento geralmente não muda muito, mas fica sempre supervisionada pelo coach, e o que for preciso alterar dependendo da característica da competição, ele altera..

HC: Seu coach há algum tempo é o Junior Carvalho, coach do Anderon Primo também. Mas apenas recentemente você se mudou para Bauru. Como essa mudança, de estar perto do coach e de atletas como Anderon, afetou o seu treinamento?

Isso, tem aproximadamente 2 anos que já estou com o Junior. Olha, já estou aqui em Bauru tem 1 mês e meio, e posso falar que muita coisa mudou. Ter o coach por perto está fazendo muita diferença, porque existem muitos detalhes que as vezes sozinhos, nós nem percebemos. E como ele está todos os dias acompanhando a gente durante os treinos, todos esses ajustes e dicas importantes, são passados ali na hora. O ritmo de treino está sendo outro também… não existe tempo pra descansar durante o WOD, porque sempre tem alguém te apertando e passando. A equipe é composta de atletas muito bons, o que está ajudando muito a ter referência de como estou em cada treino, que é o que eu não tinha antes treinando sozinho. Sobre treinar com o Anderon..ninguém vai saber o que é isso até passar um mês com ele. Eu tenho resumido isso em ‘ Dor todos os dias ’ hahahah.

HC: Você se classificou para a sua segunda competição internacional com o Brazil CrossFit Championship em Maio. Essa competição, que substituiu os regionais, vai dar uma vaga para um atleta ir aos CrossFit Games 2019. Como anda a preparação para isso? Fisicamente e mentalmente.

Eu diria que mentalmente, estou em uma das minhas melhores fases. Tenho trabalhado muito isso desde que cheguei em Bauru… aqui, estou passando por uma psicóloga esportiva que me ajuda muito a ganhar confiança, e quebrar barreiras que coloco em meus pontos fracos no Crossfit. Tudo isso está me gerando uma confiança ainda maior do meu potencial, que antes, eu não tinha. Bom, falta em torno de 2 meses para o BCC, e estamos quase acabando o OPEN… Teremos muito trabalho a fazer pós open, e vou trabalhar muito em cima dos meus pontos fracos com certeza. Mas estou muito animado para competir com a equipe lá!

HC: Além de atleta, você também cursa nutrlção. É você que monta seu plano nutricional? Como concilia a carreira de atleta com a de estudante?

Eu montei a minha própria dieta por muito tempo, até que comecei a perceber que em alto nível, algumas coisas tinham que mudar. E como ainda não tenho conhecimento total sobre algumas coisas, procurei uma profissional que eu tinha certeza que iria me ajudar muito. Então a partir do Brazilian showdown, eu comecei a ser acompanhado pela Andreia Naves, que tem feito um trabalho fantástico comigo, e está rendendo ótimos resultados que antes eu não tinha. Eu particularmente acho bem difícil conciliar as duas coisas. A carga de treino é muito alta, e o tempo que eu ‘’deveria’’ descansar, é o que sobra pra estudar. Então tem que existir uma força de vontade grande pra conseguir fazer os dois lados bem. Ainda estou aprendendo a me organizar quanto a isso.. mas é possível com certeza!

HC: Qual seria seu workout dos sonhos no BCC? E qual seria seu maior pesadelo?

Não tenho um workout específico. Mas gostaria de alguns pesos e movimentos ginásticos sem ser HSPU e pistols. Acho que tirando esses dois, ficaria muito feliz hahahah.

Muito obrigado por ter aceitado essa entrevista e boa sorte no Brazil CrossFit Championship!

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