Quem de nós quando começou o CrossFit não pensou em largar tudo e se dedicar ao esporte? Mudar de profissão, começar algo novo, do zero….pois Amanda fez isso. Não só trocou de graduação como colocou na cabeça que queria ser atleta. Atleta de elite. Para isso, foi necessário muita dedicação e paciência. Mas o resultado veio. Depois de anos tentando, ela finalmente conseguiu se classificar para o seu primeiro TCB ano passado, já conseguindo a surpreendente 18a colocação geral. Esse ano começou com outro importante feito para Amanda, a classificação na categoria individual para o Brazil CrossFit Championship, que dará uma vaga a primeira colocada para os CrossFit Games 2019. HugoCross conversou com Amanda sobre seu dia a dia, preparação e ambições/objetivos. Confira na entrevista a seguir:
Nome Amanda Bacetti Dias
Box Crossfit Crown III
Prática o CrossFit desde: Março de 2013
Benchmark favorito: Diane! Deadlift não tão pesado com o movimento que eu mais amo…
Pontos fortes: Amo um HSPU, se for strict então! Gosto de WODs que precisam de pace e estratégias.
Pontos fracos: Qualquer levantamento básico com muita carga, Wall Ball e Air Bike.
Na sua bolsa de CF tem que ter: Eu costumava ser muito “raiz”, não usava nada, agora não dispenso minha sapatilha, joelheiras, cinto de levantamento e estou tentando me acostumar com o tal do grip.
HC: Amanda, você é formada em educação física pela Unicamp. Então esporte sempre deve ter sido parte da sua vida. Qual seu background esportivo e como/por que entrou no CrossFit?
Amanda: Na verdade eu nunca fui muito esportista. Durante a minha infância e adolescência eu gostava muito de estudar e qualquer atividade física ficava em segundo plano… Em 2013 ingressei na UNICAMP (no curso de Física/Matemática) e no CrossFit, concomitantemente. Os semestres foram passando e eu comecei a perceber que fui ficando cada dia mais triste, melancólica, e a única coisa que me salvava era treinar todos os dias. Acabei largando a faculdade e decidi que queria fazer pelos outros o que o CrossFit fez por mim, então prestei UNICAMP novamente, desta vez para cursar Educação Física.
Acho que estou aqui pra provar que se você realmente quiser e treinar muito não precisa de um histórico esportivo!
HC: Eu tive a oportunidade de te acompanhar e te conhecer desde antes do TCB do 2018. Sei que ali você deve ter surpreendido muitas pessoas. Você sempre quis competir em alto nível assim?
AMANDA: Desde que comecei o CrossFit eu queria treinar mais sério e ficar cada vez melhor, além de sempre ter sido muito competitiva, logo competir veio como algo natural! Mas por não tem um background e nem o padrão físico das atletas brasileiras quase ninguém acreditava no meu potencial, eu mesma por muito tempo também não acreditei.
HC: Você estreou em grande estilo no TCB de 2018 já conseguindo a 18a colocação geral entre 40 atletas. O que representou a ida ao TCB e a sua colocação para você?
AMANDA: Eu ainda não consigo acreditar no resultado. Me esforcei demais pra conseguir me classificar pra essa que foi a competição mais importante pra mim até o momento, então o objetivo era me divertir e ganhar experiência. Esse resultado foi totalmente inesperado, principalmente por causa do perfil da competição que inclui muitas provas com cargas pesadas.
Esse resultado foi muito importante pra minha autoconfiança e pra mostrar que estou no caminho certo!
HC: Qual o seu dia a dia de atleta? Quem faz a sua programação? E como você se prepara antes de uma competição?
AMANDA: Até o início de janeiro eu tinha que balancear treino, estudos e o Box. Foi particularmente difícil porque queria terminar a graduação logo e o TCC deixou tudo mais estressante! Agora que me formei meu dia a dia é um pouco menos corrido.
Quem faz minha programação hoje é o Neto. Tento treinar com o #teamalbertoneto sempre que posso, o clima é sempre gostoso com a galera toda lá e acredito que treinar ao lado da Anita e da Susana, grandes atletas que eu admiro muito, fez muita diferença na minha evolução.
HC: Você vai estrear em competição internacional no Brazil CrossFit Championship em Maio. Essa competição, que substituiu os regionais, vai dar uma vaga para uma atleta ir aos CrossFit Games 2019. Como anda a preparação para isso? Fisicamente e mentalmente.
AMANDA: Bom, eu não imaginava que iria me classificar pra uma competição importante, ao lado de atletas que já participaram do Games assim tão cedo, portanto o desafio é mais mental do que físico. Gosto de ler então busco livros que me ajudem a melhorar minha rotina e disciplina, já que eu acho que são pontos chave para atletas.
Estou lidando com uma pequena lesão na lombar, o que me restringe um pouco nos treinos. Mas tenho ao meu lado profissionais maravilhosos e acredito que tudo vai se encaixar até maio.
HC: Além de atleta, você é também dona de box. É difícil conciliar essa rotina? Se tivesse que escolher entre as duas opções, qual seria a sua escolha?
AMANDA: Gosto de estar sempre junto dos alunos e ajuda-los mesmo quando não estou dando aula. Como treino em outro Box na maior parte dos dias, eu fico um pouco mais longe da Crown do que eu gostaria, mas tenho meu socio e professores no box que eu posso confiar e isso me deixa mais calma. Eu acho que não há a necessidade de escolher se você consegue balancear as tarefas, seria muito dolorido deixar de fazer qualquer uma das opções pois amo muito o que faço.
HC: Qual seria seu workout dos sonhos no BCC? E qual seria seu maior pesadelo?
AMANDA: Um sonho seria talvez HSPU no parallette, Power Snatch e Handstand Walk! Eu amo misturas de ginástico e levantamento de peso com cargas de mediano pra pesado.
Meu pior pesadelo seria refazer o 19.1? hahaha Ou algo que inclua Deadlift muito pesado…
HC: Lá atrás quando você começou o CrossFit, você esperava alcançar tudo isso? O que podemos esperar de Amanda Bacetti daqui alguns anos? Como atleta e profissional, onde você quer chegar?
AMANDA: Eu acho que a gente sempre sonha, busca, mas no fundo não espera que vai acontecer. Ano passado eu me surpreendi e acho que a muita gente também.
Eu quero chegar o mais longe que puder dentro do que eu acho correto e justo. Acho também que as metas têm que ser “alcançáveis” e devem crescer devagar para que seja saudável emocionalmente. Só sei que ainda vão ouvir muito meu nome pelo Brasil afora.
Já profissionalmente eu tenho uma mistura de sentimentos entre o alto rendimento, melhor a qualidade de vida da galera do dia a dia do box e a parte desenvolvimento de habilidades motoras… Como recém formada eu ainda estou tentando me encontrar!
A foto desta entrevista foi obtida do Instagram @tcboficial