Ele é um dos nomes mais conhecidos do CrossFit Brasileiro. Isso por que ele também tem resultados que comprovam sua qualidade de atleta. Já foi vice-campeão do TCB em 2017 e já disputou dois regionais da América Latina, em 2014 e 2018. E ele tem apenas 23 anos. Esse ano, Lucas da Rosa tentará pela terceira vez conseguir uma vaga para os CrossFit Games agora disputando o Brazil CrossFit Championship. Ele conversou um pouco com a gente sobre a sua história no CrossFit. veja a entrevista a seguir:
Nome: Lucas Pink
Qual afiliada você treina? Crossfit Lobus
Há quanto tempo você treina o CrossFit? 6 ou 7 anos, entre o final de 2013 e começo de 2014.
Qual é o seu benchmark favorito? Grace
Qual é o seu ponto forte no CrossFit? Wods longos
Qual é o seu ponto fraco no CrossFit? Hspu strict e Thruster
Quais são os 3 devem carregar objetos em sua mala de ginástica? Fita para o dedo, grip para as mãos e palmilhas tool fitness hahahah
HC: A maioria dos atletas de elite da CrossFit tem um background esportivo. Mas vi que vocẽ começou cedo, em 2012 com apenas 17 anos. Ma você fazia esportes antes ou começou no CF? Conte o início da sua vida no CF.
Com apenas 16* (nota do entrevistador: Ooooops…foi mal)
Eu praticava o ciclismo de longa distância 100/200km mas sempre como amador, fui em busca de força nas academias para melhorar meu ciclismo, mas não consegui me adaptar à rotina. Trabalhava em uma pizzaria como pizzaiolo, forneiro, garçom, copeiro e tudo que precisasse. O dono, Jorge Antônio Viel, vivia me enchendo para conhecer o tal Crossfit. Mas como a maioria dos brasileiros, rolava um certo preconceito ou até medo de praticar certo esporte! Depois de um tempo e de não aguentar mais a academia, fui até o Crossfit junto com ele. Crossfit que se chamava UP centro de treinamento. Sem barras olímpicas, 2 remos, 1 argola, pesos e barras de ferro e alguns KB. O dono da box eu até hoje o considero segundo pai e Coach eterno, Giovani della Valentina. Bastou apenas uma aula para ele me oferecer uma bolsa e pedir para eu voltar no dia seguinte. Dentro de uma semana de treino me convidou para levar o esporte mais a sério e me direcionando para o caminho atlético. Ele (Giovani) com toda sua bagagem de ex remador olímpico pela seleção brasileira, indo as olimpíadas de 94 pela seleção brasileira e um dos primeiros a entrar de cabeça nesse esporte, fez eu me apaixonar pelo Crossfit e querer isso para toda minha vida. Serei eternamente grato!
HC: Ainda bem cedo você acabou entrando nos regionais da América Latina de 2014. Como foi essa sua experiência já tão cedo e num campeonato tão importante quanto esse?
Não sabia fazer pistol, não fazia 90kg de OHS, não fazia stric hspu. Meu PR de Hang Snatch nos regionais foram de 70kg. Eu pesando uns 70kg no máximoooo! Estava bem perdido na competição, mas tive todo o amparo do meu Coach Giovani que me acompanhou e me fez ficar calmo em frente à tempestade. Fui e dei o meu melhor como eu sempre faço. Essa experiência foi a mais importante por que conheci caras de muito alto nível naquela época que me fizeram treinar cada dia mais para poder me manter na elite sempre.
HC: Depois de um tempo sem se classificar, você se classificou novamente aos Regionals da América Latina em 2018. Agora mais velho, como que foi? Mudou muito a experiência de 2014? Além disso, me chegou a informação que você havia quebrado um dedo um pouco antes da competição. Já estava bom durante ou você acha que isso te atrapalhou?
Fiquei um tempo sem classificar mesmo, falta de calma e conhecimento. Amadorismo da minha parte. Deram vários problemas durante as gravações dos open em que não classifiquei, fazendo com que eu perdesse o foco e não atingisse o objetivo. Com certeza mudou muito de 2014 para 2018, eu estou muito mais experiente e forte. Porém como nem tudo na vida são flores acabei fraturando meu metacarpo da mão direita; tendo que ficar 4 a 5 semanas engessado, parado. Exatas 5 semanas para os regionais! Além da forte desmotivação por conta de ter feito essa burrice pré competição em que vinha me preparando bem, tive o fator de não conseguir fazer muita coisa além de correr e agachar. “O poder da mente pode superar qualquer coisa” e foi nisso que eu me apeguei durante a minha recuperação. Eu queria está lá dentro da arena mesmo que não em minha melhor forma. Experiência de regional é única. Para estar lá dentro tem que merecer e muitos gostam de dizer que preferem ficar em casa ao invés de ir lá fazer feio. Eu escolhi ir e fazer o que pudesse com o que eu tinha. Fiquei 2 semanas de gesso, terceira semana tirei por conta o gesso e já iniciei a fisioterapia chamada Crossfit. Mas ainda sem pegar nada de peso e nem a barra. Quarta semana iniciei os trabalhos com a ginástica me pendurando aos poucos e sentindo como estava a mão e na última semana pré regional voltei a mexer um pouco com a barra ainda sem peso! Durante os regionais minha mão não incomodou muito não, ela só me limitou de treinar e me preparar para o resultado que eu queria buscar.
HC: No TCB, você teve a sua melhor classificação em 2017 com um segundo lugar. Ano passado você caiu para 19o. O que houve de um ano a outra? Acha que a mudança para o Rio te atrapalhou um pouco?
TCB de 2017 eu me preparei para ganhar e no fim ganhei um segundo lugar! TCB de 2018 seguiu a onda dos regionais, ainda desmotivado e me adaptando a nova vida no RJ eu não conseguia entrar na rotina e assim não consegui me preparar. Pós TCB escutei muitos assunto dizendo que eu estava usando isso como desculpas. Mas na verdade eu nunca usei isso como desculpa. Eu simplesmente não me preparei para estar entre os top 5. Não consegui conciliar minha vida profissional com a atlética. Então sendo assim, fui para estar presente na arena novamente. Pq estar lá dentro é bem melhor que estar de fora por mais que sua classificação seja em último. Estar no topo não tem mistério. Você só precisa estar 100% concentrado naquilo dia após dia e 2018 eu não consegui fazer esse trabalho. Então sem preparação, sem resultado. A mudança para o RJ foi escolha minha e eu sabia das consequência, sendo assim já avisei aos que estavam em minha volta de que não teria bom resultado no TCB. Adaptação de lugar, família e treinos não é fácil para quem pratica, mas para quem só fala realmente parece ser muito fácil.
HC: É notável a amizade que você, Anderon Primo, Tato Outor e Leo Roscoe tem. Vocês até davam um curso de final de semana que era o “The Crew”. Como se desenvolveu essa amizade de vocês? O fato de competirem sempre um contra o outro não gera atritos? Por que deixaram de fazer o “The Crew”?
Nossa amizade se desenvolveu nas competições mesmo. Nos damos muito bem um com o outro. A ideia surgiu a partir do Tato, de nos juntarmos e fazer esse curso do “the crew”. Entre amigos não há tempo para brigas ou discussões. Deixamos o the crew meio de lado por causa das datas e competições. Estava difícil de achar data em que todos pudessem se reunir para fazer a clínica. Então o projeto só está meio parado, mas acredito que em breve estará de volta!
HC: Você se classificou para Brazil CrossFit Championship. É a terceira vez que você disputará uma vaga para os Games diretamente em uma competição. Como está sendo sua preparação física e mental para isso?
Preparação física e mental sendo trabalhada para eu chegar lá e dar o meu melhor e colocar em prática tudo que venho treinando para ela.
HC: Quais são suas expectativas para o BCC esse ano? Você vai competir em meio a atletas que já foram aos Games como Alex Caron, Jacob Heppner, EZ Muhammad, Sean Sweeney entre outros. Tem admiração em particular por algum deles?
Expectativas são sempre as melhores, visando sempre dar o meu melhor na arena. Mas tenho que me autoconhecer e saber que estarei frente a frente com atletas games. Eles não dão medo, mas reconheço e respeito o alto nível deles e minha expectativa é de ficar o mais próximo deles possível. Jacob Heppner tenho ele como referência desde sempre, um cara maluco e muito forte.
HC: O que seria o seu workout dos sonhos no BCC e o que seria o workout dos seus pesadelos?
Sonho seria algum wod com muito rope climb, remo, corrida, box jump e CJ hahaha mas eu não quero sonhar com esse wod e sim me preparar para qualquer coisa que vier!!
Pesadelo seria muito thruster com muito hspu stric.
HC: O que podemos esperar de Lucas da Rosa nos próximos anos?
Esperar o próprio Lucas Rosa.
Eu não morri e nem desanimei com o esporte. Fiquei de fora só 1 mísero ano hahahaha Já que eu não iria conseguir me dedicar para estar no topo, eu apenas direcionei minha atenção para outras coisas em 2018 e infelizmente não pôde ser a parte atlética a qual vocês gostam hahaha