A Everlast deu uma sacudida no mercado de tênis ano passado ao surgir no mercado para CrossFit com um tênis bom e acessível. O primeiro, o climber, era vendido a R$249,00, praticamente metade dos valores dos tênis da Reebok e Metcon da época. Hoje, o nano 9 e o Metcon 5 estão sendo vendidos por R$599,00, e a Everlast traz um novo tênis em parceria com a KVRA, o cave, a R$349,99, ainda muito inferior aos principais concorrentes no mercado nacional. Nesse novo modelo, houve melhora? Ainda vale à pena?
Em termos de design, o tênis é relativamente parecido com o anterior em termos das cores que eu tive acesso. Um azul com alguns detalhes em branco, num tom similar com o climber anterior. Contudo, as mudanças principalmente no cabedal deixaram o tênis mais atraente. Além disso, vale ressaltar o toque dado pela KVRA, tanto na sola interna quanto em detalhes ao redor do tênis. Esses pequenos detalhes fazem a diferença aos olhos. Além disso, vale pegar um número menor do que o usual. Geralmente calço o 42 (para mim o 10 EUA). Dessa vez esse tênis ficou mais largo. O 41 me serviu com perfeição. Prendeu meu pé o suficiente mas ainda tem um espaço bom para os dedos.
Esse tênis ganha pontos no quesito conforto. O novo material de tecnologia Everknit é para ajudar na respiração dos pés e oferecer maior conforto. De fato oferece maior conforto sim, mas não melhora substancialmente a respirabilidade do pé da versão anterior, ainda meu maior problema com o tênis. Além disso, reparei que ao usar uma meia um pouco mais grossa, uma costura inetrna que separa o calcanhar d parte do meio do pé incomodou bastante durante o dia.
De acordo com o fabricante, há uma peça de contra forte que proporciona maior proteção ao calcanhar, tecnologia ENER-G de absorção de impacto e propulsão e uma borracha lateral para auxílio no rope climb. Em termos de movimentos pliométricos, como box jump e afins, o tênis responde muito bem ao impacto e a propulsão de fato. Prende bem na corda mas nada de excepcional se comparado aos outros tênis no mercado.
Uma das coisas que ele perde mesmo na comparação é na estabilidade dos levantamentos ou agachamentos. Não creio que seja tão estável quanto os Nanos (em particular o 9) ou o Metcon 4 (review do 5 em breve). Aliar conforto e estabilidade é uma tarefa árdua. O fato de ter um drop de 9mm (diferença entre calcanhar e ponta do pé), contra 4mm do Nano e Metcon para mim o deixa mais instável. Como se perdesse a sensação de proximidade do chão, muito importante em powerlifting também. Mas isso não significa que ele faz feio nesse quesito de forma alguma. Se mantém bem estável em cargas médias e perde apenas, na minha opinião, quando as cargas ficam mais elevadas.
Vou repetir aqui a pergunta que fiz quando avaliei o climber: vale à pena? Se você só quer comprar um tênis na sua vida e estaria disposto a pagar um pouco mais, eu recomendaria um nano ou um Metcon. Quem está conhecendo o esporte e não tem aquele vício ainda, compre e pare de tentar se machucar indo com tênis de corrida fazer CrossFit. Eles não são feitos para isso. Se você já tem um tênis mas quer outro a mais para surrar enquanto protege o seu favorito, vale á pena ter ele sim.
Tudo isso por que no quesito custo-benefício ele é o melhor do mercado. Infelizmente ainda acho que a Everlast poderia melhorar muito o tênis (não vi taaaaaaanta mudança do anterior). Ao mesmo tempo me pergunto se vale o investimento. Afinal, quanto maior o investimento, mais caro vai ser o tênis. E acho que esse “filão” que a Everlast encontrou merece ser mantido.