Esse ano, depois de 7 seletivas espalhadas pelo Brasil, chega ao fim a temporada 2019 do TCB, antigo Torneio CrossFit Brasil. Durante 4 longos dias, 48 homens, 36 mulheres, 36 times e diversos masters e teens lutaram pelo título do torneio. Os organizadores mesmo nunca afirmaram, mas os próprios atletas consideram que o vencedor do TCB é o equivalente ao “campeão brasileiro de CrossFit”.
Mas esse foi um TCB diferente, e não contou com alguns dos principais nomes do Brasil na competição, tais como Gui Malheiros, Lari Cunha e Pablo Chalfun que estão mais focados no Open que inicia já em outubro para tentar a classificação para os CrossFit Games e optaram então por não competir. Luana Soares, a campeã ano passado, vai ser mamãe. Anita Pravatti não compete no TCB desde 2017. E Tatá Rebane esse ano também ficou de fora da disputa. Além disso, ainda tivemos atletas que antes disputavam o individual optaram por competir em times, como Anderon Primo. Contudo, isso não tirou a emoção do torneio e ainda surpreendeu muita gente. Em particular, a decisão do feminino foi tão emocionante que só soubemos quem levou de verdade o torneio no anúncio do pódio final.
Elite Masculina
Mas vamos por partes. Vamos falar do torneio na categoria elite masculina primeiro. Aqui, não tem como começar de outro jeito a não ser perguntando: de onde saiu Kaique Cerveny? Ele estreou em grande estilo no TCB tendo um 8o lugar como sua pior colocação geral e venceu 4 provas dentre as 9. Ele liderou praticamente do início ao fim do torneio e já entrou na última prova como campeão. Para quem quer saber um pouco mais dele, veja a entrevista que fizemos com ele aqui. A briga mais emocionante mesmo foi pelo 2o e 3o lugares. Ali foi um embate entre atletas considerados grandes favoritos ao título também, como Pedro Martins (que começou mal mas se recuperou, veja a entrevista dele aqui), Gui Domingues (que ficou quase toda a competição entre os top 3) e, correndo um pouco por fora, Vítor Caetano e Fábio Dechichi. Enquanto Pedro Martins mais perto do final se fixou na segunda colocação, Gui Domingues acabou ficando de fora do pódio após o resultado da última prova, quando o atleta Vítor Caetano acabou levando a melhor e pegando o terceiro lugar geral.
Elite Feminina
Do lado feminino, contudo, foi uma loucura total e até complicado de acompanhar. Tivemos o revezamento de diversas atletas na liderança, em particular Nathália Mencari e Fernanda Dotto. Essa última entrou na prova final do torneio como líder geral da competição. Mas a última prova foi que revelou seu ponto mais fraco. Com 30 ring muscle ups e depois 30 clean and jerks com 95 lbs, a vida de Fernanda Dotto se complicou. Ela travou nas argolas por muito tempo, sem conseguir sair, e viu o sonho do título, e até mesmo do pódio terminarem ali. Gabi Moratti, atleta que já ficou em 2o lugar na categoria teen, estreou na elite ano passado já ficando entre as top 10 e fez um TCB incrível, tendo apenas uma colocação ruim na segunda prova, a PITFALL, que envolvia legless rope climbs e thrusters. Talvez por isso ela tenha ficado na segunda colocação, apenas 9 pontos atrás de Nathália Mencari. Quem também surpreendeu a todos na prova final e garantiu o pódio foi Susana Etto. Ela ficou quase todo o campeonato em 4o ou 5o lugar. Mas quando chegou a última prova, num dos movimentos mais fortes, ring muscle ups, ela foi para o tudo ou nada e funcionou. Mesmo depois de um CrossFit Games há mais ou menos um mês, ela teve uma grande performance e garantiu o 3o lugar no TCB 2019.
Times
Entre os times, o grande destaque foi a CrossFit Barueri, que liderou do início ao fim o evento. Dos 4 membros, 3 foram classificados para a categoria individual, mas eles estão focados em ser um time, e mostraram que tamanha dedicação funcionou. Com diferentes testes, eles mostraram não apenas que são indivíduos muito bons, mas que funcionam muito bem como time também. Eles ganharam nada menos de 3 das 8 provas e tiveram um 10o lugar como a pior colocação geral. A disputa, mais uma vez aqui, ficou para o 2o e 3o lugar. CrossFit Itaim, Raça CrossFit, Geração CrossFit lutaram bravamente durante o evento. Mas a CrossFit Ribeirão Preto, que só ficou uma prova fora dos Top 10 conquistou o segundo lugar geral do torneio. A CrossFit Bauru não teve um bom início fez um torneio de recuperação depois de um 32o lugar na prova 3. Ganhou duas provas e acabou na terceira colocação geral.
Teens
Nos teens, tivemos uma recuperação incrível de Victor Breedveld Guimarães, que também não teve um bom início mas lutou até o final e garantiu o bicampeonato no torneio no seu último ano de teen. Já entre as meninas, a atleta teen Bia Clemente dominou o torneio vencendo 7 das 8 provas e garantiu com tranquilidade o primeiro lugar geral. mesmo na prova que ela não ganhou, ela ainda obteve um segundo lugar. E esse ainda não é o último ano dela nessa categoria.
Masters
Entre os masters, Clayton de Melo Rodrigues venceu na categoria 35-39 numa competição bem disputada. Ana Vanessa Ruaro liderou a categoria 35-39 quase que a competição toda, sendo algumas vezes ameaçadas ou por Jucele Lucas ou pela Gabriela Massaro. Mas sua constância garantiu o topo do pódio. Muito disputada foi também a categoria 40-44 masculina, que teve André Ness como grande campeão. Entre as mulheres de 40-44 anos, Janaína Garcia ganhou 5 das 8 provas e garantiu o primeiro lugar, mas não com tanta facilidade ainda assim. No master 45+, o Luiz Renato Oliveira, o Lupa, só garantiu o primeiro lugar na última prova que tinha ring muscle up, um ponto fortíssimo dele. Manoel Gomes da Silva liderou o tempo todo até essa última prova quando perdeu o lugar mais alto. Entre as mulheres, destaque para Luciane Macias, que liderou do início ao fim. Ela chegou a ser ameaçada por Annamaria Lopez, mas ela se lesionou depois da última prova de sábado. Ela disputou o restante do evento com uma das pernas enfaixadas e ainda assim garantiu a 3a colocação geral.
Abandonos
Infelizmente tivemos algumas baixas durante o campeonato. Andressa Ferreira, a primeira atleta do Macapá a disputar o TCB abandonou depois do primeiro dia. Assim como Renata Pimentel, que se sentiu injustiçada na prova “Pula Cerca”. Vivi Aiello, infelizmente, se lesionou em uma das provas e não pôde continuar. Entre os homens, Gabriel Magalhães e André Sanches também tiveram que interromper sua partição durante o evento.
Avaliação final
Foi um TCB sensacional. As provas esse ano estavam muito bem elaboradas, bastante duras para as pernas e a lombar, de acordo com o relato de alguns atletas. A arena, com equipamentos Gladius estava ficou bonita e foi muito bem utilizada. Tivemos chegadas emocionantes, momentos únicos e uma organização quase que impecável do evento. A transmissão do evento, que teve participação do Sergio Sanchez do HugoCross, ocorreu no sábado e domingo pela TVNSPORTS e você ainda consegue assistir ao evento procurando pelo canal do TCB. Mas cuidado, tem do ano passado e desse ano. Ou então baixe o aplicativo e veja tudo que rolou. Foi um ano incrível e uma competição inesquecível. que venha 2020.