É inegável a evolução do atleta Pedro Martins em apenas um ano. Após se formar em medicina, Pedro decidiu focar enquanto ainda é jovem um pouco mais na sua carreira de atleta. E ele saiu de um 44o lugar no TCB de 2016 para um incrível 5o lugar em 2018. Isso tudo com apenas 3 anos de CrossFit. e para coroar essa evolução, ele ainda se classificou para o Brazil CrossFit Championship e vai disputar uma vaga para os CrossFit Games 2019. É a sua estréia em uma competição internacionale já vai ser em grande estilo. Pedro topou dar a entrevista onde fala um pouco do eu passado, seu grande momento atual e o que o futuro o aguarda. Veja a seguir.
Nome: Pedro Martins.
Qual afiliada você treina?Crossfit Viçosa.
Há quanto tempo você treina o CrossFit? 3 anos.
Qual é o seu benchmark favorito?Amanda
Qual é o seu ponto forte no CrossFit?LPO e wods de mais resistência.
Qual é o seu ponto fraco no CrossFit?Leg less.
Quais são os 3 devem carregar objetos em sua mala de ginástica?Cinto de LPO, grips ginásticos e joelheiras.
HC: A maioria dos atletas de elite da CrossFit tem um background esportivo. O seu é o Karatê. Mas como foi a transição do karatê para o CF? Acha que o Karatê te ajudou de alguma forma?
Ele foi a base da minha vida, fui atleta de karate WKF (filiado a COB), participei de competições nacionais e internacionais. Tínhamos uma preparação física muito intensa na época e um dos meus preparadores me sugeriu testar o crossfit um dia porque achava que daria certo pra mim, isso foi no final de 2015, eu ainda morava em Juiz de Fora, cidade na qual fiz faculdade e comecei a treinar no Crossfit Vidativa. Em 2016 eu estava formando, resolvi focar nos estudos e início da profissão como médico, o karate e o crossfit começaram a ser apenas um hobby, o que veio a mudar em 2017.
HC: Você é médico além de atleta de elite do CF. Como você consegue conciliar as duas coisas e melhorar a cada ano? Como que é a sua rotina diária?
Desde menino sempre fui atleta, e grande parte da minha vida fiz isso em alto rendimento. O karate fez parte da construção do meu caráter e, acima de tudo, da minha disciplina. Me dedico de modo obcecado a tudo que escolho como meta. Quando escolhi a medicina ainda tinha na cabeça continuar sendo atleta, tanto que fui fazendo as matérias aos poucos, o que me fez formar em um período mais longo de faculdade, pra que eu pudesse ter minha rotina de treinamentos, mas sabia desde criança que estudar muito me faria ser uma pessoa e atleta mais diferenciado. Meu sonho era um dia unir uma profissão que admiro muito ao esporte. Hoje em dia me dedico quase integralmente ao crossfit, enquanto meu corpo aguentar quero ser atleta e chegar o mais longe possível na carreira. Faço poucos plantões de emergências durante a semana pra poder pagar as contas (rsrs). Futuramente, quando não me dedicar tanto mais ao alto rendimento, quero continuar meus estudos com medicina esportiva.
HC: Sua família não tenta te convencer de desistir de virar atleta para ganhar dinheiro e focar na medicina apenas?
Venho de uma família muito simples, sempre me apoiaram em tudo. Claro, escolher ter uma vida dedicada ao esporte, onde constantemente estaremos apertados com dinheiro e tendo que correr atrás de muitos fatores externos ao treinamento preocupa muita gente, mas me sinto realizado e ser atleta é a felicidade da minha vida, isso supera qualquer aperto ou falta de apoio de alguém.
HC: Você ano passado disputou o seu segundo TCB apenas. No primeiro, em 2017, ficou em 44o. No segundo, ano passado, finalizou em 5o! O que mudou de um ano para outro para ganhar tanta posições? Mudou treino ou mais experiência mesmo?
Como disse antes em 2016 eu me dediquei a formatura e início da profissão, nesse meio tempo eu me mudei pra Viçosa-MG a trabalho, foi onde tive o prazer de conhecer meu atual coach Adelon, o qual apostou em mim no início de 2017 e me ofereceu uma planilha pra que eu pudesse evoluir melhor. Aquele foi um momento marcante pra mim, vi a chance de voltar a ser realizado, voltar a minha vida de atleta. Mas aquele havia me proposto a ajudar minha família e ajeitar algumas coisas, pra isso precisaria ir em busca de mais retorno financeiro. A dedicação ao crossfit era quando podia, a classificação pro TCB foi sofrida e a performance lá então nem se fala (na época não sabia fazer direito nem ring um). Mas aquele TCB foi especial pra mim, acabava de competir e já ia pra beira da arquibancada esperar a última bateria e assistir os principais atletas. Ali eu via que o futuro que queria era aquele, falei pra mim mesmo que no próximo ano eu estaria naquela bateria. Em janeiro de 2018 mudei totalmente minha rotina de trabalho e treinos e comecei a “profissionalizar’ meus treinos. Não era mais na hora que dava e sim, um dos meus trabalhos do dia era cumprir integralmente o treino.
HC: Você se classificou para Brazil CrossFit Championship. É a sua primeira competição internacional? Tendo em vista que ela vai dar uma vaga para os Games, veio para substituir os regionais. Como está sendo sua preparação física e mental para isso?
Fiquei muito feliz com a classificação, o principal foco no início do ano era esse. Essa será minha primeira competição internacional no crossfit e não poderia estar mais motivado. A preparação desde o fim do qualifier e visando a melhor performance possível lá no presencial, validei o open sem focar em ficar repetindo os wods e irei em outras competições presenciais em abril pra manter o ritmo e a adrenalina em dia. Tenho focado muito em melhorar minha capacidade aeróbica atualmente e trabalhando minhas deficiências, assim como acompanhamento com psicóloga também, um dos pilares essenciais pra conseguir um bom rendimento num objetivo desses.
HC: Quais são suas expectativas para o BCC esse ano? Você vai competir em meio a atletas que já foram aos Games como Alex Caron, Jacob Heppner, EZ Muhammad, Sean Sweeney entre outros. Tem admiração em particular por algum deles? Vai para brigar de igual para igual, né?
Tenho admiração por todos, mas uma admiração grande pelo trabalho do Jacob Heppner. Minha expectativa é conseguir extrair o máximo de mim em cada workout. Uma competição nesse nível o essencial é não focar nos adversários renomados em volta, e sim pensar que você trabalha duro igual a todos que ali estão.
HC: O que seria o seu workout dos sonhos no BCC e o que seria o workout dos seus pesadelos?
Um wod bom pra mim seria mais longo, com muitas repetições de lpo ou de ginásticos como strict HSPU ou C2B. Um pesadelo seria um volume grande de leg less, mas venho apresentando grande melhora nos treino e se Deus quiser não será um problema mais, veremos (hehe).
HC: O que podemos esperar de Pedro Martins nos próximos anos? Títulos internacionais? TCBs? Ou um médico bem sucedido em sua profissão?
O objetivo é continuar evoluindo e ganhando espaço no cenário nacional e internacional. Ainda temos que evoluir muito e trabalhar bastante, mas cumprindo as metas a curto prazo chegaremos ao sonho maior. Futuramente quando o volume de treinos diminuir, podemos começar a focar mais na medicina esportiva.