Ontem, ansiosos para postarmos os avanços obtidos pela atleta Larissa Cunha no sentido de provar a sua inocência, após falhar o teste antidoping, este que vos escreve se restringiu a apenas relatar o que foi dito por ela no vídeo em sua conta no Instagram. Um erro. Deveria ter ido até a atleta e perguntar se havia mais detalhes, que geraram muitos questionamentos nos comentários. Inclusive, por causa da grande quantidade de comentários maldosos com base em achismos feitos no post anterior, decidimos bloquear os comentários nesse post.
Ontem mesmo, no final do dia, entrei em contato com a atleta para tentar conversar com ela sobre o assunto. Apenas confirmar uns detalhes. Ela me respondeu falando que estava treinando e que eu poderia escrever para ela. Retornei falando que preferiria ligar e infelizmente ainda não obtive uma resposta.
Ontem, felizmente, a atleta postou em seus stories um vídeo no Youtube de Nate Edwardson. Ele havia postado um vídeo em 13 de Setembro, comentando o que foi falado por ela no vídeo do dia 12/09. Ela felizmente entrou em contato com ele e esclareceu algumas dúvidas que surgiram nos comentários no canal dele do Youtube e ele fez outro vídeo e postou ontem, 14/09 com essas informações. Como não tivemos acesso a nenhum laudo ou ao processo em si, nos restringiremos novamente a relatar o que foi dito por ela a ele (ele mostrou prints no vídeo da conversa que teve com ela – link no final da matéria).
Ele indagou em qual laboratório ela havia testados seus manipulados. Ela respondeu que foi o laboratório da NSF no Estados Unidos. Laboratório esse recomendado pela CrossFit, e é o que acredita ser o oficial que eles aceitariam de todos os atletas.
Na mesma pergunta, ele questiona se os suplementos estavam fechados. Ela responde que os suplementos vinham em pílulas e sachês selados, o que tornaria o processo de contaminação posterior muito mais complicado. Foram enviados dois de cada caso eles quiserem fazer um novo teste. O que foi feito. Esses sachês são feitos individualmente de forma que tivesse a quantidade exata do que ela deveria tomar.
Na resposta a essa pergunta ela chama atenção que a Ostarina é proibida no Brasil. Só para complementar, de fato, a manipulação de SARMs (categoria da Ostarina) foi proibida pela Anvisa em uma resolução de Janeiro de 2021. Contudo, algumas farmácias têm liminares na justiça que permitem a manipulação. Logo, uma contaminação cruzada seria possível se a empresa em si não tomasse os devidos cuidados. Nós ligamos para diversas farmácias de manipulação e muitas delas manipulariam Ostarina. Inclusive tivemos acesso a algumas dessas liminares. Essas liminares são de cada farmácia e nem todas teriam essa liberdade para manipular, fica a ressalva.
Ele ainda perguntou qual seria a punição inicial. Ela respondeu que não lembra se eles falaram alguma coisa. Mas acredita que seria 4 anos. Ou até ela provar algo. Também disse que 2 anos não seria justo, já que há casos similares nas olimpíadas com meses de banimento. No caso esses atletas provaram do mesmo jeito. Que não foi intencional, que eles tomaram todas as medidas de segurança e que não era culpa deles. Ela espera ter o mesmo tipo de resposta da obtida por eles.
Em um print, aparentemente de sua defesa para a CrossFit, enviada a Nate Edwardson, ela menciona diversos atletas que provaram que houve contaminação e tiveram sua punição suspensa ou reduzida a meses, como: Maria Elisa (vôlei de praia); os nadadores João Gomes Jr. e César Cielo, Ana Cláudia Lemos (atletismo) e a jogadora de vôlei Tandara Caixeta. As substâncias desses atletas foram diuréticas, oxandrolona e, no caso da própria Tandara (que ainda busca provar sua inocência do mesmo jeito), Ostarina. Esse tipo de caso é comum aqui no Brasil, infelizmente.
Ela finaliza dizendo a ele que quer um esporte melhor para todos.
“Nos dedicamos tanto, não é justo ser banida por tanto tempo quando você prova que você fez tudo para ser transparente e seguir as regras. E eu sempre apoiei isso. Eu acho que temos que ter um esporte limpo, livre de drogas! É o que eu sempre defendi!!!”
Logo, torcemos para que a CrossFit aceite a defesa da Lari e mude seu precedente reduzindo ou até mesmo cancelando a suspensão.