Natural de Santos – SP, a atleta Victória Campos @victoriacampos013 de 29 anos sempre curtiu esporte. Quando nova, surfava e andava de skate (inclusive com o Chorão do Charlie Brown jr.). Mas ela sempre quis morar fora. E quando fez 18 anos ela trabalhou, guardou dinheiro e, com a ajuda da avó foi morar na Nova Zelândia. Como ela já fazia funcional em Santos, o treinador dela falou para ela conhecer o CrossFit. E foi amor à primeira vista. Daquelas pessoas que rapidamente aprendem e começam a fazer tudo. O coach local a chamou para trabalhar lá e ela fez o level 1 e ali começou sua carreira no CF.
E se ela conheceu o CrossFit em 2013 na Nova Zelândia, no final de 2014 ela já havia se mudado para Hong Kong trabalhando como coach de CF. Mas sua vida de atleta profissional despontou mesmo em 2015 com sua primeira participação nos Regionais do Pacífico com a 27ª colocação. No ano seguinte uma ligeira melhora com um 23º lugar. Em 2017 ela passou um tempo morando no Havaí, mas a 61ª no Open da região colocação não foi suficiente para classificá-la no Northern California Regional. Um acidente surfando que lhe rendeu 14 pontos na mão a fez, após 6 meses lá, retornar à Hong Kong. Em 2018 ela volta a disputar o Pacific Regional e consegue um 21º lugar e um espetacular 5º lugar no sancionado da Ásia em 2019.
Em Hong Kong ela trabalhava como coach de CrossFit mas também usava sua experiência para dar aula de wake durante o verão. Mas veio a pandemia. E com a pandemia o fechamento completo de tudo né, ainda mais com a política de COVID zero. E conforme tinha o abre e fecha ela não treinava com a mesma qualidade de antes mas, ainda assim, ano passado, no BCC 2021 online ela ficou em 3º lugar. Com a desclassificação posterior da Lari, ela ficou em 2º e teria obtido a vaga para os Games. Mas o teste foi feito muito perto do evento e não tinha como ela ser chamada mais. E nesse momento, foi crucial para ela o trabalho de mindset feito com a sua coach Regimeri Pitu. Para manter o foco, não desistir e seguir em frente.
Como dinheiro que tinha guardado, desempregada e com a situação da pandemia ainda complicada em Hong Kong, ela fez uma jogada ousada. Pegou suas coisas e se mudou para os Estados Unidos para treinar na Mayheem, do multi campeão Rich Froning, e seguir o programa deles. A jogada deu certo. Ela veio com tudo para o Copa Sur e garantiu, não apenas a vaga, mas o primeiro lugar geral e um primeiro lugar na última prova. Foi o final perfeito para selar o trabalho que ela vem desenvolvendo e o sonho que ela sempre buscou e agora conseguiu.
Foi um privilégio acompanhar a brasileira competir pela primeira vez em casa, perto de sua família, e fazer bonito. Agora é acompanhar tudo e vê-la brilhar em Madison representando tão bem o Brasil.