Márcio Zukoff, o responsável jurídico da CrossFit Latam

A relação da CrossFit com o Brasil sempre foi conturbada em relação a entender o que é a marca, suas ações e se de fato é positiva a seus afiliados. Muitas dessas dúvidas surgiram de não afiliados ou ex-afiliados que deixaram de pagar a filiação. Entretanto, diversas ações, principalmente após a pandemia, acabaram ficando mais visíveis para o grande público sobre as ações da empresa.

Uma delas, como já falamos anteriormente, foi a mudança da cobrança de afiliação dos boxes para o real, além da liberação da CrossFit para que de todo afiliado tenha acesso ao CrossFit Affiliate Programming (CAP). Nos últimos dias foi divulgado a possibilidade de parcelamento em duas vezes do valor para os cursos da CrossFit, incluindo o Level 1 e 2, que permite que o profissional de Educação Física trabalhe com a metodologia. Vale ressaltar ainda que o manager da CrossFit no Brasil, Ricardo Prudente, já falou várias vezes que está tentando fazer com que os cursos passem a ser pagos em real, assim como a afiliação.

Entretanto, um ponto que tem gerado um grande conflito atualmente é o uso do nome da marca. Por lei, apenas os boxes que pagam a afiliação podem fazer o uso legal do nome CrossFit. Contudo, no Brasil, inúmeras academias acabam se utilizando do nome de maneira ilegal. Com isso, a CrossFit Brazil anunciou no mês de Maio a contratação do advogado e coach level 2 da CrossFit, Márcio Zukoff, como novo membro do time. Zukoff entra para a vaga de Assessor Jurídico da CrossFit no Brasil e América Latina. “É uma função e um desafio novo, porque a minha ideia é levar para a CrossFit (EUA) como funciona a justiça brasileira. É um desafio muito grande e eu estou com o suporte dos afiliados agora para fazer parte do time do Brasil e da América Latina”.

Sem o “jeitinho” para usar

Zukoff também explicou para nossa equipe que seu trabalho vem para evitar o famoso “jeitinho brasileiro” de agir. “Está ficando cada vez mais claro a proibição do uso ilegal da marca. Nós brasileiros temos a cultura de achar que tudo é possível e que nada vai acontecer, por conta da lentidão da nossa justiça. Então a minha função aqui é educar a comunidade e notificar de fato os casos. Pois eles serão realmente levados à justiça…as notificações vão ser enviadas”.
Com isso, a inclusão do advogado dentro do time da CrossFit revela que a empresa está começando a se atentar para essa questão. Aliás, é Zukoff que revela que de fato o uso ilegal da patente está crescendo no país. “Se tornou uma realidade e está fugindo do controle, o que dá uma sensação de impunidade. Então eles (a CrossFit) estão investindo realmente nessa parte do controle do uso da marca”. Porém, o advogado levanta um ponto ético sobre a questão: “se um box usa o nome ilegalmente ele já demonstra que é um box que não tem uma visão de ter o melhor para oferecer a comunidade”.
O manager da CrossFit Brazil, Ricardo Prudente, pontuou a importância de a empresa ter um porte jurídico de dentro da empresa e no Brasil. “A chegada de um assessor jurídico para ajudar a defender a marca está sendo muito importante. Aliás, com efeito imediato de melhora no direito básico do afiliado de uso exclusivo do nome. Porque a metodologia esta aí, pode ser utilizada. Mas o nome CrossFit não pode ser utilizado sem a licença. Hoje temos uma pessoa no time responsável por ajudar esse direito do afiliado, estou muito feliz e satisfeito com isso”.

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