Para quem ainda não sabe, a CrossFit agora mantém um ranking baseado nas competições oficiais dela com os top 100 atletas do mundo. E por que isso importa? Importa por que o número de vagas que cada semifinal tem direito é baseado no número de atletas de cada região no ranking após as quartas de final daquele ano.
Como é feito o ranking?
O ranking é baseado nos dois últimos anos de cada atleta, incluindo a colocação no open, quartas de final, semifinal e final (CrossFit Games). O ponto de quem ganha o Open é 1000, o restante ganha a pontuação baseada no seu percentil vezes 10 (quem ficou no percentil 99 fica com 990 pontos). Nas quartas de final o vencedor fica com 2000 e o restante cm seu percentil vezes 20. Na semifinal o vencedor ganha 4000 e a distribuição de pontos é dada de acordo com o número de vagas dada para cada semifinal. Ou seja, cada semifinal tem uma distribuição de pontos distinta, a não ser pelo vencedor. E nos Games o vencedor ganha 10000 pontos, segundo 7000, terceiro 4000 e por ai vai.
Então o ranking é feito apenas de atletas Games?
Não. Muitos atletas que estão no ranking ne foram aos Games. Mas tem boas pontuações vindas do Open, quartas e semifinais. Lembrando que só conta a participação na elite e não em masters ou teams.
E como está a América do Sul?
Atualmente estamos com 4 atletas no top 100 masculino e 4 no top 100 feminino.
Entre os homens temos:
- Gui Malheiros – 20
- Kaique Cerveny – 40
- Agustin Richelme – 71
- Kalyan Souza – 75
Entre as mulheres temos:
- Vic Campos – 13
- Alexia Williams – 70
- Julia Kato – 72
- Valentina Rangel – 100
Esse é uma avanço em relação ao ranking logo após as quartas de final em 2023, que tinha apenas 2 homens e 3 mulheres no top 100. No caso dos homens tínhamos apenas Gui e Richelme e entre as mulheres tínhamos Vic, Kato e Amanda Fusuma.
Então teremos mais vagas para a América do Sul no próximo Copa Sur?
Calma. Primeiro que o ranking final usado é apenas aquele após as quartas de final de 2024. Ou seja, parte da pontuação da semifinal de 2022 até as quartas de 2024. Então ainda há muito a acontecer.
Depois que mesmo que isso se mantenha, não necessariamente podemos ter vagas a mais. O sistema, que foi pensado e testado várias vezes e usado pela primeira vez esse ano é um pouco mais complicado do que parece.
Cada semifinal tem um número de vagas garantida:
- North America East – 5
- North America West – 5
- Europa – 5
- Oceania – 3
- América do Sul – 2
- Asia – 2
- África – 1
Se você somar tudo, dá 23 vagas. Sobrariam 17 vagas a serem redistribuídas. Como que isso seria feito? Aí que entra o ranking. Após as quartas de final do ano em questão, se olham quantos atletas de cada região fazem parte do ranking. A região que mais tiver atletas do ranking ganha uma vaga. Esse seria o primeiro round.
No segundo round, se pega o número de atletas da região que ganhou uma vaga no round 1 e se divide por dois. Analisa-se novamente esses números e a região com mais atletas no ranking ganha a vaga do round 2. Note que a região que ganhou a vaga no round 1 já tem seu número de atletas no round 2 dividido pela metade e dificilmente ela ganharia a vaga no round 2. Se outra região ganhou a vaga extra, divide-se por 2 seu número de atletas. Se por um acaso a região que ganhou no round 1 ainda assim manteve o maior número na comparação, pega-se o número de atletas originalmente no ranking e se divide por três para a análise no round 3.
De forma geral, no final de cada round, o número de atletas de cada região é dado por:
número de atletas de uma dada região = (número de atletas na região originalmente) / (vaga adicional +1)
Onde a vaga adicional é aquela não garantida originalmente, mas a recebida com cada rodada de comparação.
Mas há chances de termos mais vagas?
Há chances e elas são de fato sólidas. Dobramos o número de atletas masculinos no ranking e aumentamos em 1 o de mulheres. Mas esses números podem diminuir ou aumentar com o avanço da temporada 2024. Depende muito mais dos nossos atletas nessa luta do que pensamos. Afinal, se analisarmos o ranking atual, 52 homens e 48 mulheres dentre os top 100 não disputaram os Games nem em 2022 ou 2023. O que mais prejudica é a pontuação ganha pelos atletas nas outras semifinais em comparação à da América do Sur. Mas não custa torcer!