Da engenharia para atleta de CrossFit: conheça Fábio Dechichi

Ele é conhecido como um dos caras mais gente boa do CrossFit brasileiro. Praticamente impossível alguém falar que não gosta do Fábio Dechichi. Mas ele também é um competidor de altíssimo nível. Foi pódio no TCB de 2016, participou dos South Regionais de 2017 com o time da CrossFit Moema e dos Latin American Regionals em 2018 na categoria individual. Pai de uma menina linda, ele concilia a vida de atleta com a de coach, engenheiro eletricista, marido e pai de primeira viagem. Dechichi se classificou para o Brazil CrossFit Championship e vai disputar uma vaga aos CrossFit Games de 2019. Logo após o qualifier, ele precisou operar o joelho e nós estamos na torcida para ele voltar já 100% para o BCC. veja a entrevista que ele deu para o HugoCross falando um pouco da vida, da carreira e expectativas:

Nome: Fábio Dechichi Gonçalves
Box que treina:
CrossFit Thribo
Há quanto tempo treina CrossFit? 6 anos (desde fevereiro 2013)
Qual o seu benchmark favorito? Gosto bastante da Fran e DT.
Qual seu ponto forte no CrossFit? De maneira geral eu acabo mandando bem na consistência. Mas pensando em movimentos, eu gosto bastante de qualquer exercício ginástico.
Qual o seu ponto fraco no CrossFit? Sem dúvida alguma: o Deadlift.
Quais são as 3 coisas que tem que ter na sua mala de academia? Uma corda, gelol e grip.

HC: A maior parte dos atletas de elite do CrossFit tem um background esportivo. Qual seu background e como começou no CrossFit?

Meu background esportivo é o judô. Treinei dos 8/9 aos 23 anos de idade. No início de 2013 descobri que a modalidade estava chegando na minha cidade e resolvi conhecer para tentar utilizar como uma forma de preparação física para o judô. Mas foi amor a primeira vista. Depois de 3 meses conciliando as duas modalidades eu acabei fazendo a transição de esporte.

HC: Você é engenheiro eletricista e recentemente se formou em educação física. Foi o CrossFit o culpado? Pretende abandonar de vez a engenharia?

Bem, eu sempre tive uma vontade enorme em estudar Educação Física. Porém formei na escola muito cedo – com 17 anos – e tinha um pensamento  “infantil”: se eu era bom em exatas na escola não fazia sentido eu fazer Educação Física. Devido a isso, acabei optando pela Engenharia Elétrica. Me graduei nessa profissão em 2011. Mas ao começar o CrossFit eu realmente vi que eu queria trabalhar com atividade física e proporcionar qualidade de vida a outras pessoas (apesar de desde os 16 anos eu já trabalhar dando aulas de judô). 

Acabei me graduando em 2018 em Educação Física e hoje concilio as duas profissões. No momento ainda não penso em abandonar totalmente a engenharia pois ela ainda continua me gerando um renda que eu realmente preciso para sustentar minha família 

HC: Você foi pódio no TCB de 2016, disputou por várias vezes o TCB mas ainda falta o lugar mais alto do pódio. O que você acha que falta para você ganhar?

Eu sonho muito ainda com esse lugar mais alto no pódio. Comparado aos outros atletas eu ainda sou um atleta “fraco” devido ao meu biotipo. Minha força de perna é um pouco abaixo dos meus adversários ainda. Então acredito que tenho que melhorar bastante esse meu ponto fraco para conquistar esse tão sonhado título.

HC: Você disputou os regionais por times em 2017 e individual em 2018. Qual experiência gostou mais? E pretende um dia voltar a competir em times?

Não consigo dizer qual experiência eu mais gostei. As duas foram sensacionais. Em 2017 eu realizei um grande sonho com o time da Moema que era estar em um Regionals. Foi uma experiência única. Devo MUITO a essa equipe e ao coach Rodrigo Rocha que é um cara nota 1000.

Já em 2018 foi um outro sonho que eu estava batalhando há 5 anos. Competir um Regionals individualmente é uma sensação completamente diferente. É você contra você. Não tem nenhum companheiro para te ajudar e eu amo esse frio na barriga e trazer a responsabilidade pra mim.

Competir em equipes foi show de bola. Não descarto a possibilidade de ter essa oportunidade novamente no futuro.

HC: Você se classificou para o individual masculino no Brazil CrossFit Championship, que veio para substituir os regionais. Mas precisou operar o seu joelho recentemente. Vai estar pronto em Maio?

Se depender de mim estarei 100% para essa competição. Faço fisioterapia todos dos dias desde um dia após a operação. Hoje está fazendo exatamente 28 dias de pós cirúrgico. Há três dias atrás eu fiz meu primeiro treino de perna adaptado e daqui há 4 dias já está programado com minha fisioterapeuta de tentar fazer meu primeiro agachamento livre sem ajuda alguma. A partir daí é só melhorar a cada dia.  🙂

HC: Qual seria o WOD dos seus sonhos no BCC? E qual seria seu pior pesadelo?

WOD dos sonhos eu não consigo pensar. Vou estar preparado pra qualquer coisa que vier.

Já o pesadelo será uma prova com deadlift, apesar de estar evoluindo bastante nesse movimento.

HC: Você tem a fama de ser o cara mais gente boa do CrossFit brasileiro (ouvi isso já de diversos atletas). A que atribui isso?

Isso aí eu acho muito engraçado pois eu não me vejo sendo o mais gente boa. Esse sou eu!!! Sou assim no meu dia a dia com meus pais, minha família, meus amigos e no meu trabalho. Agir assim é algo natural pra mim. Então pra mim isso é algo normal. Não vejo motivo para estar nervoso ou emburrado com alguém ao longo do meu dia. Então prefiro distribuir sorrisos que acredito que a vida se torna algo muito mais saudável.

HC: Por fim, o que podemos esperar de Fábio Dechichi para os próximos anos de CF?

Vocês podem esperar um Fábio Dechichi ainda muito competitivo que estará treinando bastante para evoluir cada dia mais e espero continuar demonstrando bons exemplos para aqueles que são amantes do esporte.

Foto: @luciano_fagner_fotografia

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