Uma das preocupações associadas ao retorno a qualquer atividade física é saber se o aluno/atleta está preparado para sustentar a carga de treinamento que está sendo prescrita pelo seu treinador. Dessa forma, é de suma importância que os treinadores tenham cautela com a prescrição de um volume de treinamento elevado nesse retorno, principalmente para os alunos/atletas que estavam parados ou realizando home workouts sem acesso a equipamentos.
De acordo com Gabbett (2020), apesar do spike (aumento abrupto na carga de treinamento) não estar isoladamente associado com lesões, mas a escolha do elemento que está sendo prescrito (HSPU, Ring muscle up, GHD) onde os alunos não estavam acostumados a treinar em casa (o que gerou um destreinamento) uma lesão pode ocorrer em virtude do sistema osteomioarticular musculoesquelético não suportar o volume de treinamento prescrito.
Dessa forma, uma sugestão para evitar qualquer consequência negativa com a volta aos treinamentos pode ser através da prescrição de elementos com baixa complexidade (p. ex. burpees, corrida, bicicleta etc.) em conjunto com elementos mais complexos (com baixo volume e intensidade).
Por fim, vale lembrar que os mecanismos de lesões são multifatoriais e apenas o aumento abrupto da carga de treinamento não é capaz de explicar isoladamente.
Graduado, Mestre e Doutor em Educação Física (UCB).
Pós doutor em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina (UFMT).
Fundador do Hércules Functional uma plataforma com ênfase no Fitness Funcional (tcc.CrossFit).