Na última resposta dessa entrevista, que mandou por áudio, ela respondeu que sempre falava que ia parar ao chegar no último ano de teen e ia parar e se dedicar aos estudos. Eis que essa classificação para os CrossFit Games mudou sua vida e provavelmente sua carreira. Agora, Maria Lívia Nascimento (@maria_livia._) vai continuar se dedicando ao CrossFit e seguir carreira na elite. Ela não é est5anha a competições. Ficou em segundo lugar no TCB de 2019 (Bia Clemente foi a vencedora daquele ano) e em quarto em 2020. Ela treina junto com outra teen que também está indo para os Games, Laís Telles e junto com o time Fourmixx, que estará lá. Conheça um pouco mais da trajetória de Maria Lívia.
Nome: Maria Lívia Barbosa do Nascimento.
Qual afiliada você treina? CrossFit Bahamut.
Há quanto tempo você treina o CrossFit? Comecei há 5 anos, com 12 anos de idade.
Qual é o seu benchmark favorito? Jackie.
Qual é o seu ponto forte no CrossFit? Eu gosto bastante e me dou bem com os ergômetros – Bike, ski e remo principalmente. Acho que posso considerá-los como meus pontos fortes.
Qual é o seu ponto fraco no CrossFit? Meu ponto fraco no CrossFit com certeza são exercícios nos quais eu preciso lidar com o peso do meu próprio corpo… ainda mais quando são em strict. Mais especificamente, legless e strict HSPU.
Quais são os 3 devem carregar objetos em sua mala de ginástica?
1) Cinto de lombar (a gente que é mais alto sofre bastante com lombar 😂).
2) Grip + munhequeira de suor – que eu já considero uma coisa só, pq não consigo usar o grip sem a munhequeira.
3) Vários elásticos de cabelo pra dar conta de segurar a juba e não atrapalhar durante o treino. Já tive esse tipo de inconveniência e é péssimo kkkk
Qual o seu PR de snatch? 170 lbs.
Qual o seu PR de Clean and jerk? 210 lbs. (Esse eu acredito que não seja mais meu PR, pq eu já fiz 2×. Ainda assim, é a maior carga que já levantei até hoje nesse movimento).
Qual o seu background esportivo? Meu background esportivo é bem variado 😂. Na ordem:
Ginástica rítmica, Ginástica artística, natação, vôlei, atletismo e motocross. Cheguei a competir em todos, com exceção do vôlei, que fazia mais por diversão.
Você teve uma melhora significativa do ano passado para esse. No age group online qualifier em 2020 você finalizou na 47ª colocação. Esse ano você garantiu a sua classificação na 9ª colocação, a melhor brasileira dentre as 3 classificadas. O que mudou de um ano para o outro?
Nossa, mudou tudo. Depois do TCB de 2020, eu percebi que eu não tinha evoluído em relação as outras meninas… lógico que a pandemia também teve grande influência na minha performance desse ano, mas o principal problema era em estar treinando sozinha.
Antes eu não tinha parâmetro de ninguém, treinava sozinha todos os dias… uma hora a motivação ia acabando também. Foi então que eu decidi que ia fazer algumas mudanças.
Eu entrei para o time do Neto, da FisioHealth, da Fourmixx, Engen e também mudei de box! Essas foram as melhores e mais importantes escolhas que eu já fiz dentro da minha jornada como atleta, e são as principais responsáveis por toda essa evolução.
Eu aprendi com tudo isso que, quando temos as pessoas certas, é que realmente querem o seu bem ao seu lado, não tem como dar errado!
Acompanhando seus stories, a gente viu você treinando muito com a Anita Pravatti, Susana Etto…todo o time ad Fourmixx além de Laís Telles, outra teen também classificada. Como foi essa experiência e como isso te ajudou?
Treinar com esse time fez e faz roda a diferença. Nesse pouco tempo em que eu passei a treinar com eles, eu aprendi muuuita coisa. Todos os atletas estão lá por um mesmo objetivo, o que torna o ambiente muito mais favorável para que todos prosperem.
Estar lá todos os dias com a Anita, Neto e com a Susana, é aprender e melhorar cada vez mais! Essa oportunidade que eu tenho de aprender com as experiências delas, é uma coisa muito importante pra mim.
E treinar com a Laís com certeza foi uma das coisas que mais me ajudaram também. Como eu disse, antes eu não tinha parâmetros, e ter a oportunidade de treinar com ela todos os dias foi fundamental, e eu acredito que tenha sido bom para ambos os lados, tanto pra mim quanto pra ela. Por exemplo, agora que o time está fora, nós estamos treinando juntas todos os dias… e está sendo incrível!
Qual o papel da sua família nessa sua conquista? E como conseguiu conciliar os estudos e os treinos?
Minha família é meu combustível pra treinar todos os dias!
Eu nunca teria chegado até aqui sem o incentivo que eu recebo deles. Sou muito grata por ter o suporte que tenho.
Eu sei que não deve ser muito fácil conviver comigo 😂, e ter a família que eu tenho do meu lado é a melhor coisa da vida. Todo mundo me ajuda… minha mãe, meu pai, minha irmã, meus avós, tios, tias e até minhas primas.
E a ajuda vai desde me levar para os treinos todos os dias, cozinhar minhas comidas pra dieta, até o suporte financeiro, com médico, exames, alimentação, etc.
Incentivo da minha família nunca me faltou ❤️.
Em relação aos estudos, conciliar com os treinos não é uma tarefa fácil.
O fato do estudo estar sendo remoto no momento, facilita um pouco… mas não deixa de ser bem estressante.
Eu estudo integral, faço técnico em agropecuária. Como eu não consigo entrar nas aulas durante a semana, eu preciso deixar todas as tarefas pra fazer nos fins de semana. Ou seja, sábado depois do treino e domingo, são dias totalmente destinados a por as coisas da escola em dia.
Inclusive, minhas aulas voltaram hoje… eu nem vou me preocupar com isso essa semana, pra não desviar minha cabeça do Games.
Você é experiente em TCB, já tendo ficado na segunda colocação em 2019 e 4ª em 2020. Mas os Games são outro nível. Quais as suas expectativas?
Pra falar a verdade, eu nunca me preocupo muito com isso.
Me preocupo em chegar lá e dar o meu melhor, fazer o que eu faço todos os dias no treino. Isso me ajuda a evitar o nervosismo pré competição.
Eu estou animada com a experiência. Vai ser inesquecível, com certeza.
Mas, respondendo a pergunta, eu estou mirando em um top 5. Já que as duas primeiras competidoras irão competir no elite, acho que da pra brigar.
Qual seria o seu workout dos sonhos? E qual seria seu pior pesadelo?
Um workout dos sonhos teria remo, DB box step-over, pistols, e STOH (com a barra, pq com o DB eu não gosto kkkk). E pra ser um pesadelo, é só colocar legless e/ou strict HSPU no meio. São movimentos bem desafiadores pra mim.
Esse é o seu último ano na categoria teens. Podemos esperar o que mais de Maria Lívia ano que vem?
Em áudio, ela nos respondeu que sempre pensou em parar após o seu último ano de teen. Contudo, depois de conseguir a classificação para os Games, Maria Lívia decidiu que vai seguir em frente e tentar a elite. Quem sabe um TCB ano que vem?