Mecânica. Consistência. Intensidade.

Mecânica. Consistência. Intensidade. Esse é um dos princípios fundamentais do CrossFit que infelizmente tem sido cada vez mais deixado de lado por muitos coaches. Isso ficou claro para nós do HugoCross recentemente nas reclamações que estamos a receber nos directs. Por isso falei com o coach Salomão Lessa @coachsalomao da @armelcrossfit para nos ajudar a esclarecer pontos importantes.

O CrossFit define sua metodologia como movimentos funcionais constantemente variados, executados em alta intensidade. Isso faz com que alguns, erroneamente, tenham em mente que intensidade é o que mais importa. Isso faz com que muitos incentivem os alunos a realizarem movimentos de forma errada, sem correção, contanto que não parem e se mantenham em movimento. Isso é perigoso e pode levar a lesões. Algo que traz uma péssima fama para o CrossFit.

É óbvio que não podemos exigir do iniciante um movimento fluído como de alguém que já pratica há mais tempo. Todos passam por um difícil processo de aprendizagem e, por que não, um conhecimento do próprio corpo para dominar movimentos como clean, snatch, HSPU, muscle ups e afins. E esse processo de aprendizagem é importante. E vale lembrar que até o mais experiente dos atletas pode ter momentos de falha técnica na execução. Algo normal e que não deve ser demonizado.

Do mesmo jeito, não é correto exigir que todos os alunos tenham ali o mesmo nível de entrega de um atleta experiente que, mesmo sofrendo e sentindo dor, continua executando os movimentos e finalizando os treinos. O nível de condicionamento das pessoas é diferente… e o nível de entrega e interesse em tal também não é o mesmo. Respeitar o tempo do aluno se torna essencial. Cada indivíduo tem uma certa tolerância psicológica e física que deve ser levado em consideração.

Além disso, deve-se lembrar que condicionamento físico é um processo lento. Balancear corretamente segurança, eficácia e eficiência é essencial para um sucesso a longo prazo e duradouro. Por isso se dá tanto foco aos movimentos fundamentais. Para que primeiro se domine a mecânica.

Aí nos preocupamos com a consistência. O aluno consegue realizar esses movimentos de forma correta dia após dia? Eles conseguem executar sem ser constantemente corrigidos pelo coach? E mantém os movimentos em diferentes cargas e esquemas de repetições? Consegue o aluno manter um bom padrão mesmo cansado? Se sim, aí nos preocupamos com intensidade.

Mas aqui o coach e o aluno também deve estar ciente que conforme ele evolui, ele se desafia mais em carga e na dificuldade dos movimentos. Por isso, às vezes, um passo para trás para focar na mecânica e consistência quando enfrentar algo novo deve ser levado em consideração e incentivado. Não é por que você faz um bar muscle up de qualquer jeito que você estaria pronto para fazer 30 por tempo. Você pode acabar se lesionando. Ou se o aluno tem um snatch regular mas não consegue aumentar carga, pode ser importante trabalhar o movimento com menos intensidade e carga menor para ganhar mais consistência e técnica.

Lembrem-se. MECÂNICA. CONSISTÊNCIA. INTENSIDADE. Só quando as duas primeiras estiverem plenamente satisfeita que a terceira pode ser incluída.

Este artigo foi baseado em: https://www.crossfit.com/essentials/mechanics-consistency-intensity-part-1-what-does-it-mean

Salomão Costa Lessa
Formado em Licenciatura: Mario Schenberg ( faculdade portuguesa 🇵🇹)
Bacharelado:Faculdade FNC (SP)
CREF: 028555-G/PR
No CrossFit desde 2015
CFLV 1 (2017)
Cursos :
– Capacitação Endurance (2014)
-LPO Horácio Reis (FReis Weightlifiting) (2016)
– Brazilian Power Camp (Junior Carvalho, Rafael Klipper, e João Ogrebarbell)(2018)
-Periodização e Alta Performance (Coach Rocha) (2018)
– Módulo Zero (Bruno Kokoro) (2019)
– Performance Camp (Strong Hold Elite Training) (2019)

EXPERIÊNCIAS:
Judge nos Principais Campeonatos Nacional (Kvra Games, Monstar Games, seletivas e TCB)

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