Ela tem apenas 1,53 m de altura, mas uma força e uma garra de gigantes. Larissa Cunha, ou Lari Cunha, já mostrou que veio para buscar ser a melhor. No último TCB, ela ficou com a 2a colocação geral atrás apenas de sua colega de box, Luana Soares. No Open, ela ficou em segundo lugar no Brasil em 2019, atrás de Renata Pimentel. Em apenas um wod, o 19.1, ela não ficou em primeiro do Brasil. No 19.4, ela teve o 14o melhor tempo do mundo. Ela não conseguiu a vaga individual para os CrossFit Games pelo Brasil, mas vai tentar agora em times com Pablo Chalfun, Vinicius Stoelben e Antonelli Nicole no Brazil CrossFit Championship. Ela deu essa entrevista para a gente na semana anterior ao 19.5, então ela ainda não sabia o resultado final. Vejam o que ela falou para a gente:
Nome Lari Cunha
Box CrossFit Cavaleiros
Pratica o CrossFit desde: 2015
Benchmark favorito: Fran
Pontos fortes: Ginástica e Força
Pontos fracos: Altura haha 1,53cm
Na sua bolsa de CF tem que ter TUDO! Mas se eu tivesse que escolher somente um acessório, seria munhequeira. Uso mais por conta do suor!
HC: Lari, nas minhas entrevistas tenho percebido que todo atleta de CF de alto desempenho tem um background esportivo forte! Qual o seu?
Ginástica
HC: Você é uma atleta em ascensão no Brasil, sendo vice-campeã do Torneio CrossFit Brasil em 2018! O que precisa para chegar a esse nível? O que você precisou abrir mão?
Sou atleta desde os meus 5 anos. Sempre tive que lidar com dedicação, determinação, e abdicar de algumas coisas faz parte! Enquanto minhas amigas iam ao cinema na quarta-feira, eu tinha compromisso com o meu treino. Hoje preciso programar minhas viagens para visitar minha família que mora em Natal baseado no meu calendário de competições, procuro vê-los pelo menos uma vez ao ano, é complicado conciliar, Natal não é tão perto do rio, nem barato. Minha dieta mudou muito desde que eu comecei o CrosFfit, não me preocupava tanto com a alimentação antes, atualmente faz parte da minha rotina e eu me sinto bem com isso. Não deixo de ir aos lugares por isso e nem sou tão rígida com ela. Se eu tiver vontade de comer algo que eu queira, eu como, mas não consigo abusar! Acredito que o meu corpo já se acostumou com fontes de energia boas! Em períodos de competição eu não saio da dieta.
Pra mim encaro tudo isso numa boa. Eu sei que faz parte do processo. É preciso abdicar para conquistar! E eu gosto da rotina, me sinto bem fazendo o que eu faço. Não ter a minha família por perto é o que mais pesa pra mim, mas eles sempre me apoiaram.
HC: Você treina na mesma box que a atual campeã do TCB Luana Soares e do vice campeão dos CrossFit Games na categoria teens Gui Malheiros (antes dele ir para o oriente médio). O quanto isso te influenciou no seu crescimento?
São grandes atletas e pessoas maravilhosas. A Luana só tem tamanho, é um doce de pessoa! nos damos super bem e treinarmos juntas nos motiva ainda mais. As deficiências dela são os meus pontos fortes e assim vice e versa. O Gui tem aquele jeito brincalhão que todo mundo conhece. O coração dele é tão grande quanto a garra. Um menino de ouro que eu considero irmão. Treinamos mais juntos do que eu e a Luana. Nossos treinos são mais parecidos por o nosso perfil de atleta ser mais próximo. Isso tudo nos ajuda a melhorar ainda mais as nossas capacidades, os três. Eu sempre treinei sozinha. E isso foi super importante para mim como autoconhecimento como atleta. Mas ter parceiros de treino me ajudou a trabalhar algo relevante que eu precisava e que era complicado conseguir treinando sozinha: instinto competitivo.
HC: Já teve alguns artigos mostrando a importância de ter uma certa altura no CF. Muitos atletas mais baixos reclamaram muito do 19.1, por exemplo. Como você vê isso? Acha que seria bom uns cm a mais ou está mais que satisfeita?
Eu tenho 1,53cm. Alguns centímetros a mais não iriam me fazer mal no 19.1! hahaha não tem como negar que foi um wod característico para pessoas mais altas e fortes. Talvez eu perca a vaga do games por conta dessa prova. Na minha estrutura física fiz o melhor que eu pude, não é desculpa, é realidade.
HC: Você foi classificada para o Brazil CrossFit Championship na categoria individual e por times e optou por times. Seu time é composto por você, Pablo Chalfun, Antonelli Nicole e Vinicius Stoelben. Um dos times favoritos nesse BCC! Por que essa mudança de individual por times?
Antes de começar o qualifier já estava decidido que eu iria em time. Me inscrevi no individual para me testar em relação às outras meninas, encarei como um termômetro para o open que estava próximo. Existe outra questão que os times não podem mexer na formação. Só seria permitido antes do qualifier ou após a conquista da vaga do games, ou seja, depois da competição.
HC: Como vocês estão se preparando em times para esse campeonato? Certeza que as expectativas são as melhores possíveis, mas acha que a distância dos atletas não pode prejudicar?
Já nos reunimos uma vez e foi ótimo! Todos temos experiência no individual. Mas sabemos que em equipe iremos encarar desafios diferentes. Vamos nos encontrar mais vezes antes do campeonato para ensaiarmos melhor os detalhes de entrosamento, mas nós quatro somos muito tranquilos e sabemos ouvir e nos comunicar muito bem, isso é uma qualidade importante quando se trata de trabalho em grupo.
HC: Se seu time se classificar e você conseguir a vaga brasileira pelo Open….ou qualquer um dos seus companheiros de time. Já está combinado como ficaria isso?
Vamos buscar a vaga pro games em time no BCC de qualquer maneira. Sabemos que existe essa possibilidade e caso aconteça será conversado. Depois que o time se classificar pro mundial ele tem direito de substituição (duas). Então se algum integrante se classificar no individual e optar participar dele dessa forma podemos reformular a equipe depois de conquistar a vaga. Faremos o que for melhor pra todo mundo.
HC: O que vocês estão torcendo para ver no BCC como time? E o que vocês não querem de jeito nenhum? (Prometo não mostrar para os organizadores)
hahahahahaha ótimo!
Nosso time é bem equilibrado, a não ser pela altura! kkkkk o Vini é o mais alto, e destoa do restante. Eu e a Antonelli temos a mesma altura e o Pablo também não é tão alto. Sabemos que vamos ter muita atenção aos movimentos sincronizados. Mas nada de mais. Vai ser muito divertido, tenho certeza!!!
Muito obrigado e boa sorte no open e na preparação ao BCC!