Como o Gympass atuará nesse momento de quarentena

A quarentena imposta pelo novo coronavírus chegou e todos nós estamos preocupados não apenas com a transmissão e complicações da COVID-19 como também com a economia. Pequenas empresas, como os boxes de CrossFit, podem sofrer muito por alunos cancelarem seus planos e afins. Escrevemos aqui um artigo pedindo para que não façam isso. Claro, os que puderem e ainda recebem seus salários e receitas normalmente para proteger os boxes e eles estarem lá após a crise. Contudo, lançamos nesse mesmo artigo o questionamento: e o gympass? São muitos boxes que usam e os alunos que aproveitam esse incentivo da empresa.

Muitos foram os donos de boxes no Brasil que vieram falar com o Hugocross falando que estavam em negociação com o gympass para resolver este problema. Eis que hoje, dia 26/03/2020, alguns membros começaram a receber e-mail como o da foto desse post que diz resumidamente o seguinte:

  • Todas as senhas foram trocadas. E eles teriam que criar novas.
  • Se forem usar o gympass, eles teriam que estar dentro do local para fazer o check-in.
  • Passar a senha pessoal para outro é proibido e que isso pode fazer com que a gympass notifique o RH da empresa.

Ao ler esse e-mail os usuários ficaram preocupados pois estavam fazendo as aulas online que os boxes estavam disponibilizando e não poderiam mais “pagar” aos boxes o que lhes seria de direito. Mas calma, de acordo com o Gympass, a situação não é bem assim.

Como vai funcionar o Gympass nesse período?

Este e-mail sobre troca de senhas se refere apenas a aulas presenciais. Mas eles estão abrindo uma possibilidade de aulas online ao vivo por um canal no YouTube. E aí os alunos poderiam sim fazer essas aulas e check-in no aplicativo durante essas aulas ao vivo, mesmo que à distância.  Contudo, vale salientar aqui que a falta de comunicação do Gympass com os usuários gerou críticas que podem ser observadas nos comentários no próprio Instagram da empresa, onde ela tinha que se justificar e notificar disso.

Pela informação disponível enviada pela Gympass aos donos de boxes e academias, essas aulas estarão disponíveis para qualquer pessoa fazer, não importando a sua localização. Após as aulas os próprios alunos, pelo que a empresa nos informou, os próprios alunos validariam a aula e o estabelecimento receberia um valor referente ao check-in. Contudo, vale aqui salientar, que de acordo com os donos dos boxes consultados pelo HugoCross, esse valor não será o mesmo que eles recebiam quando os alunos faziam as aulas presenciais. O argumento que foi exposto numa live feita pela empresa é que eles poderiam atingir um número maior de alunos e por isso receber mais do que geralmente recebem da empresa. Esse valor vai ser notificado ao parceiro e pode variar de 40 a 70% do valor usual. Além disso, eles manterão o pagamento de apenas 12 check-ins por pessoa em um mesmo estabelecimento (sim, se você vai mais de 12 vezes no seu box, eles só recebem referente a 12 dias).

Após termos sido notificados do e-mail recebido pelos usuários e o contraditório que ficou em relação ao recebido pelos estabelecimentos parceiros do Gympass, o HugoCross entrou em contato com a empresa atrás de respostas fazendo uma série de perguntas com o objetivo de esclarecer as dúvidas do que, ao nosso ver, foram causada por uma falha de comunicação do Gympass com os donos dos estabelecimentos e com os usuários.

  • Muitos boxes estão dando aulas online para seus alunos fazerem em casa e manterem sua saúde em dia num período tão complicado. Não seria melhor flexibilizar e permitir o check-in a distância já que o serviço continua sendoprestado?

Nós acreditamos que, mais do que nunca, as pessoas precisam se manter ativas e saudáveis. Nesse tempo em que as pessoas precisam ficar em casa, a atividade física vai ajudar na saúde física, mental e emocional, e manter o sistema imunológico funcionando bem.
Temos mais de 23 mil parceiros no Brasil, sendo cerca de 90% de pequeno e médio porte. Temos de pensar em uma solução que seja sustentável e escalável para todos. A plataforma que estamos criando vai permitir que os parceiros continuem o que estão fazendo (aulas virtuais, muitos por Whatsapp), mas de uma forma mais organizada, e com a diferença que eles serão remunerados pelos alunos que participarem dos treinos. Isso também vai permitir que a gente compartilhe com as empresas os relatórios de uso do aplicativo, mostrando que seus funcionários estão cada ativos fisicamente.
Estamos oferecendo aos parceiros duas formas de aulas virtuais ao vivo. A primeira, Aulas ao Vivo (beta) , integrada com o aplicativo do Gympass, é voltada aos usuários do Gympass – e as academias/boxes/estúdios receberão um repasse do Gympass, de forma parecida como acontece com o check-in. A segunda ( Glofox ) é válida para clientes não-Gympass, e as academias poderão definir a estratégia de preço conforme acharem melhor. Para apoiar os parceiros também nessa linha, o Gympass está subsidiando o primeiro mês de mensalidade desta plataforma, no valor de 250 dólares.

  • O Gympass não se preocupa em proteger seus parceiros de forma a mantê-los vivos após a crise? Que atitude estão tomando nesse sentido?

Nossa rede de parceiros é fundamental para o nosso modelo de negócio, assim como manter as pessoas ativas. Por isso, lançamos essas medidas como uma forma de mitigar o impacto causado pela covid-19.

O novo coronavírus tem impactado todas as indústrias, empresas, pessoas e governos. Nós também estamos sendo afetados, perdendo usuários, renegociando contratos corporativos, com funcionários afetados. Mas estamos buscando, da forma mais rápida possível, encontrar as soluções cabíveis no momento. Nosso time de desenvolvedores tem trabalhado dia e noite para trazer a solução de aulas ao vivo. Ao todo, por enquanto, apresentamos cinco medidas para apoiar os parceiros:

  • Antecipação do repasse referente a visitas de março
  • Pagamento por Aulas ao Vivo (BETA)
  • Programa de Incentivo Digital
  • Aulas ao Vivo para usuários não-Gympass (Glofox)
  • Aulas Gravadas para usuários não-Gympass (Wexer)

Vale lembrar que estamos fazendo isso com recursos próprios, sem buscar ajuda ou

incentivo do governo.

  • Vocês estão cientes que muitos boxes dependem do repasse do gympass para manter sua sobrevivência?

Sim, estamos cientes do papel relevante do Gympass na indústria fitness, por isso estamos trabalhando em medidas para mitigar o impacto da covid-19. Vale lembrar que estamos passando por uma situação nunca antes vivida por nenhum de nós. Assim como todas as empresas, nós também estamos buscando nos adaptar. A tecnologia tem se mostrado uma arma importante nas situações geradas pelo vírus. Por isso, acreditamos que as aulas virtuais ao vivo são uma alternativa para este momento. Os boxes podem preparar treinos que os alunos poderão fazer em casa. As aulas são em tempo real, então, por exemplo, um boxe com três professores, pode fazer três aulas simultâneas. Isso deve ajudar que os professores se mantenham empregados também. E outro benefício: a aula virtual não tem a limitação do espaço físico. Se o boxe só comporta dez alunos por vez, no online, pode dar aula para o dobro ou o triplo de pessoas, com a oportunidade de capturar usuários do país inteiro e reforçar o posicionamento de sua marca no meio virtual.

  • Há uma possibilidade de cancelamento sem custo para o aluno que assim o quiser durante esse período que já não poderá usar nos locais onde está tudo fechado? Vocês não acham que podem perder cliente assim?

Pelo Gympass, o aluno e a empresa podem cancelar o plano no momento que quiserem, ao simples toque de um botão. Por conta da situação causada pela covid-19, nós também habilitamos a opção de o usuário pausar o plano, garantindo um retorno mais simples quando tudo isso passar. Mas, mais do nunca, nós entendemos que é o momento de as pessoas se manterem ativas e saudáveis, por isso temos trabalhado fortemente na comunicação para incentivar as pessoas a se exercitarem. Com o plano ativo, os usuários também terão acesso à nova plataforma de aulas virtuais ao vivo e poderão fazer o treino com seus professores e

academias preferidas – e ajudarão as academias a serem remuneradas por isso.

  • Seria isso uma forma de estimular apenas o uso da plataforma de treinos em casa que vocês fizeram?

Nesse momento, estamos incentivando as aulas ao vivo como forma de manter usuários ativos – e de repassar os valores da utilização para as academias (desde que os usuários agendem suas aulas pela plataforma do Gympass). Quando toda essa crise passar, voltaremos a promover o nosso principal produto: a aula física nos estabelecimentos dos nossos parceiros. A aula pode ser em qualquer lugar. O ideal é que ela traga dicas de exercícios que os alunos possam fazer em casa, usando objetos domésticos. Não é recomendado que os professores saiam de casa, principalmente se for essa a orientação na cidade. Nesse momento, muitas pessoas não podem sair de casa, seja por estarem no grupo de risco, seja por recomendação de seus empregadores, seja por alguma ordem do governo – por isso a recomendação que os treinos sejam feitos com objetos caseiros. O Gympass está em 14 países e tem visto diferentes situações em cada um deles – já sabemos que a aula online foi a melhor opção na Itália e na

Espanha. Para aderir à plataforma Aulas ao Vivo (beta), é só seguir esse passo a passo:

a. Preencher o formulário aqui;

b. Em seguida, o parceiro receberá, por e-mail, um termo com as

condições para disponibilização das aulas ao vivo para assinatura;

c. Após assinatura, ele receberá o passo a passo para disponibilização

da grade de aulas ao vivo no Portal do Parceiro;

d. Depois, é só começar a ministrar as aulas e divulgar aos usuários.

  • Por fim, se possível, pelo que alguns donos de box nos comunicaram, as aulas live teriam que ser no YouTube. E muitos tem feito no zoom para observar os alunos e corrigir os movimentos. Live no youTube não permite isso. Não seria mais saudável que os professores pudessem ver os alunos?

No momento, estamos procurando soluções mais democráticas e priorizando o alcance. O Youtube Live é apenas um dos canais que podem ser utilizados para o compartilhamento das aulas ao vivo, mas já estamos conversando também para adicionar outras plataformas, como Instagram, Facebook e Zoom. O Zoom, por exemplo, exige que o professor contrate a licença, e tenha um login e uma senha. Por isso, a primeira versão do Aulas ao Vivo será pelo Youtube.

  • E no caso das lives, como seria feito o repasse do Gympass? Pelo que foi dito na live, os boxes vão receber menos do que eles receberiam antes se o box estivesse aberto. Quão menos? Por que isso?

No caso da Aulas ao Vivo, para usuários Gympass, o cálculo do novo valor de pagamento para aulas virtuais será feito de acordo com o plano em que a academia já se encontra no Gympass. O repasse será menor, mas a oportunidade de negócio da academia está ilimitada, dado que no mundo virtual não há barreira física, várias aulas podem ser dadas simultaneamente, o que deve aumentar a utilização média por usuário. Por outro lado, o modelo virtual exige uma estrutura de custos menor se comparado ao modelo de aulas presenciais. Uma academia pequena de São Paulo, por exemplo, poderá escalar sua aula para todo o Brasil e milhares de alunos. Lembrando que, nesse cenário de descobertas do usuário, se abre uma grande possibilidade para os parceiros que produzirem os melhores conteúdos. Além disso, também como parte do apoio financeiro, o Gympass está subsidiando o primeiro mês da plataforma Glofox, além da ferramenta de aulas gravadas.

  • O Aulas ao Vivo é gratuito por apenas um mês, se a quarentena durar mais que isso, os alunos ficarão sem acesso? ou vocês vão cobrar a mais dos boxes?

É preciso esclarecer que são duas plataformas para aulas virtuais em tempo real: o Aulas ao Vivo (ferramenta ainda em beta, mas já liberada para uso pelo Gympass devido à crise da covid-19) e a plataforma da Glofox. A primeira, Aulas ao Vivo, não haverá custos para o parceiro e as aulas serão oferecidas aos usuários Gympass (e o Gympass fará o repasse às academias). A segunda, Glofox, poderá ser usada pelas academias para dar aulas online em tempo real para os alunos de balcão (não-Gympass). Para ajudar os parceiros nesse momento difícil, o Gympass está oferecendo 1 mês de assinatura do Glofox, no valor de 250 dólares; após esse período, a academia pode decidir continuar ou não com a Glofox. Além disso, estamos fazendo parcerias com outros players locais também para dar mais alternativas e condições ainda melhores.

Solução foi data e agora?

Em se tratando do que a Gympass está a oferecer, pode não ser o ideal, mas há de se reconhecer o esforço da empresa que terá que se reinventar nesse momento fornecendo uma solução. É o ideal? Não. Em particular não ficou claro o porquê da diminuição do repasse aos boxes e academias. Não acho crível que eles terão um aumento considerável de alunos nas aulas online. Outro é a obrigatoriedade do YouTube. Entendo a dificuldade na utilização de algumas ferramentas, mas o YouTube não permite interação como o Zoom permite. Talvez os donos de box terão que disponibilizar o YouTube e o Zoom ao mesmo tempo. Não foi permitido também aos boxes deixar uma aula gravada. Apenas aulas ao vivo serão contabilizadas. Como muitos estão com horário reduzido oferecendo 2 ou 3 aulas online por dia, isso pode prejudicar alguns alunos que não conseguirão fazer o check-in naquele momento. Ao mesmo tempo, quando aberto, o box dá diversas aulas durante o dia. Aí cabe a ele decidir como lidar.

Portanto eu volto a pergunta…é o ideal?

Não é. Mas ao mesmo tempo saber que eles estão tentando achar uma solução disponível a partir de 01/04 e que exigirá uma mudança grande com a forma que eles trabalham, temos que admitir que o esforço foi válido. Poderia ser melhor? Claro. Mas pelo menos uma saída para a crise onde todos vão perder um pouco se anuncia.

Documentos divulgados pela Gympass

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