Por: Lê Neves
O CrossFit Games e o Wodapalooza são um parâmetro mundial para a modalidade. Todos os campeonatos sonham em ser iguais a eles: em estrutura, mídia, atletas, workouts e magnitude. Muitos fatores que elevam o nível deles, com certeza, é a captação monetária elevada. Mas, com uma análise profunda, podemos tirar alguns exemplos para os campeonatos nacionais e menores que não precisam de tanto investimento financeiro.
Um parâmetro de respeito com o atleta, árbitro, staff e plateia, é manter o cronograma à risca. Decidir junto a head staffs, head judges e fornecedor de equipamentos qual o tempo necessário para a devida realização da prova, organização e reorganização da arena, entrada e saída de atletas, e um tempo hábil para resolver quaisquer imprevistos.
Nos eventos oficiais, percebemos que o horário é seguido à risca. A buzina soa sem nenhum segundo de atraso. Ajuda-se, assim, o atleta a organizar sua dieta, ao judge saber quanto tempo tem de descanso, ao staff organizar a arena num ritmo tranquilo e que evite erros na montagem, além da torcida estar atenta para vibrar com seu atleta.
Muitas regras e padrões são copiados e colados de campeonato para campeonato. Mas se forem devidamente escritas, detalhadas e bem minuciosas, é possível evitar a subjetividade de julgamento, permitindo que a mesma regra seja válida a todos os atletas, e sendo justo com o interesse de todos os demais. Para isso, também, se torna necessário o treinamento correto dos árbitros, que começa com um briefing claro e bem feito.
Há uma diferença de interpretação dos estrangeiros e brasileiros. Ao escrever uma regra no CF Games, estipula-se um padrão e subentende que qualquer movimento diferente do descrito, está errado. Quando escrevemos um padrão de movimento no Brasil, precisamos pensar em todas as possibilidades de criações que não podem, pois o atleta vai buscar uma forma diferente, que está “dentro” da regra, para otimizar.
Muito por isso, os briefings abertos se tornam confusos, já que tem que passar por todas as possíveis ideias de movimentos. Quando se alinha briefing e regras, manter um evento imparcial é muito mais simples. Pois sabemos tudo o que pode e não pode. Só aplicar a todos os atletas, sem exceção.
Ainda existe um ponto que atinge todas as gamas e esferas da competição, a discriminação e o respeito. Respeito é uma via de mão dupla entre atletas e organização, organização e voluntários, voluntários e atletas, torcida e voluntários, atleta e torcida, e com ele vem junto a inexistência de qualquer tipo de preconceito.
Afinal, pregamos um esporte que se baseia em comunidade. Comunidade saudável é aquela onde sabemos e respeitamos que a sua liberdade acaba quando interfere na do próximo. Podem parecer itens simples de se implementar, mas há um esquecimento desses fatores na maioria dos campeonatos nacionais, sendo eles pequenos, internos, médio, regionais ou de grande porte.