De taxas de afiliação à visão da CrossFit: as 12 perguntas respondidas por Eric Roza, novo CEO da CrossFit

Na última quarta-feira (19), o novo CEO da CrossFit, Eric Roza, conversou com a diretora de treinamento da marca, Nicole Carroll, no primeiro “Town Hall” oficial da comunidade. O bate-papo teve como foco tirar as dúvidas de muitos afiliados, treinadores, membros da comunidade e parceiros que enviaram perguntas para a live, de aproximadamente uma hora e meia, que está salva no canal da CrossFit no Youtube.

Com o pensamento de “ir direto ao ponto” e responder questões extremamente necessárias para o momento da marca, a equipe da CrossFit selecionou 12 perguntas, das diversas que recebeu, para justificar e explicar as pretensões de Roza daqui pra frente.

Abaixo, fizemos um resumo para que vocês possam entender tudo o que rolou.

1. (4:45) O que foi mais surpreendente para vocês que aprenderam sobre a comunidade CrossFit?

Eric explicou que mesmo fazendo parte da comunidade por 10 anos como atleta e 8 como afiliado, se surpreendeu com o tamanho e intensidade da paixão que existe em torno do CrossFit. E ainda acrescentou que, mesmo com tantas diferenças de objetivos dentro da atividade física, todos nós conseguimos nos unir e ter o mesmo amor pelo esporte.

2. (6:22 )Pergunta de George Dixon-Spain: Como afiliado inglês do CrossFit, há muito tempo parecia que havia os EUA e o resto do mundo. Como você planeja resolver isso?

Talvez uma das perguntas mais aguardadas por todos. Segundo Roza, ele entende que esse realmente seja um problema de todos nos EUA por ser um local com grande economia, grande população e culturalmente muito centrado. Completou dizendo que sente orgulho de ter a “Town Hall” traduzida com legendas em sete línguas diferentes e acredita que esse seja um início para importantes mudanças relacionadas a essa questão. Eric ainda prometeu que, quando tiver permissão, viajará muito e garante a internacionalização da marca. “Se tivermos sucesso, acho que quando nós olharmos para trás daqui a 5 ou 10 anos, acho que 80 ou 90% das academias de CrossFit ficarão fora dos EUA. 80 ou 90% das pessoas que fazem CrossFit estarão fora dos EUA”.

3. (10:37)Pergunta de Brian White:  Qual será a visão abrangente do CrossFit?

Segundo Roza, a missão é ser a plataforma líder mundial de saúde, felicidade e performance. Performance para fazer bem as coisas que te fazem bem e talvez até melhor do que faz hoje. Saúde, viver sem dor e ter longevidade (nem sempre dentro da performance). Também foi enfatizado por Erick, os milhares de participantes que praticam CrossFit e se beneficiam com o programa, dos milhares de colaboradores que ganham a vida com a plataforma e a sua busca por levar esses valores a mais pessoas, gerando mais oportunidades para praticantes e para colaboradores da estrutura do ecossistema da plataforma.

4. (16:02) Pergunta de Kaylee e Matt Lovelady: Quando será o CrossFit Open?

O CEO respondeu que a maioria das pessoas querem que o Open volte às datas de origem e que estava feliz em dizer que voltará a ser realizado nos meses de fevereiro e março de 2021. Além disso, comentou que a realização das divulgações presencias com público no anúncio do Wod irão depender de como a pandemia de Covid-19 se comportará até o ano que vem. Em sua resposta, Roza mostrou uma indefinição se iremos retornar com os regionais ou permaneceremos com eventos sancionados. Mas se mostrou mais inclinado a permanecer com modelos dos sancionados. Para finalizar a resposta, ele disse que o Open é o evento mais participativo do mundo no esporte e chamou toda comunidade para participar colocando uma meta: meio milhão de participantes no open em 2021. Esse número bateria o recorde de inscritos na história do Open.

5. (20:12) Pergunta de Kinloch Dunlap:  Nesta pandemia muitos governos não entendem os benefícios de se treinar e ordenam fechar as academias, e a pergunta é, O que a CrossFit HQ fez e irá fazer para ajudar a fazer lobby e educar governos dos benefícios do CrossFit para a saúde?

Roza disse que é importante entender que um pequeno grupo em seu espaço com um instrutor é diferente de uma academia. Os riscos são menores que os benefícios e que se as pessoas se desanimarem será ainda pior no futuro. Também comentou que o Crossfit é diferente de academias convencionais. Primeiro que há menos compartilhamento de equipamentos. É totalmente possível fazer movimentos ao ar livre, ajudando na saúde mental no período de isolamento. Ele enfatizou também que a perda de hábitos de treinos pode fazer com que aumente o número de pessoas com comorbidades e acarretando em um problema de saúde posterior. Sobre isso, a CrossFit está trabalhando com uma infectologista para apresentar os benéficos a comunidade e com pesquisadores para apresentar dados as pesquisas.

6. (28:42) Pergunta de Shawn Alfenito: Como a CrossFit pode ajudar aqueles lugares que tiveram perdas horríveis por causa da Covid?

O CEO da CrossFit disse que vem discutindo com sua equipe e contratou um novo membro focado no crescimento com sucesso dos afiliados, fazendo suporte ao afiliado, chamado de “Covid RX” para determinar como podemos ajudar. E, assim que possível, terão um plano para ajudar os boxes que foram devastados pelo Covid-19. Ainda trabalhando nisso, Roza sugere que os afiliados busquem o compartilhamento de melhores práticas usadas para superar. A CrossFit vai fazer um Webinar e entrevistar especialistas em doenças infeciosas para mostrar o que montou sobre as melhores práticas da saúde e qual a melhor forma de voltar as atividades com segurança.

7. (36:32) Pergunta de Paul Van Dorst: qual é seu ponto de vista sobre a diversidade, equidade e inclusão no Crossfit? E o que você gostaria de estabelecer?

Ele iniciou respondendo que Racismo e sexismo são absolutamente abomináveis e que não há lugar para eles no CrossFit. A plataforma é representada pela comunidade e precisamos nos certificar de que as pessoas são bem-vindas na nossa comunidade. Para completar, Eric falou sobre “preconceito inconsciente”. Disse que todos nós temos e precisamos nos tornar conscientes deles e lutar contra isso diariamente. Segundo ele, “esse é um jogo que nunca termina”.

8. (46:22) Como isso também se conecta a comunidades carentes? (Acessibilidade)

Roza comentou sobre a CrossFit Foundation, uma organização sem fins lucrativos dentro da CrossFit que foi inicialmente financiada com 7 milhões dólares por ele, seus amigos e patrocinadores da marca. Segundo Eric, uma parte dos lucros da CrossFit também será destinada para essa fundação. O foco será em levar saúde em comunidades carentes e com o objetivo de, se tudo ocorrer bem, ter boxes em locais mais pobres, totalmente sustentáveis. Eric aposta muito nesse trabalho e acredita que esse seja um bom primeiro passo para as mudanças.

9. (53:27) Pergunta de Marcus Mclain: O modelo de afiliado mudará e o que significa agora ter um afiliado CrossFit?

Um dos maiores pedidos de mudança na gestão de Greg era a falta de atitude em relação aos afiliados e, ao que promete, Eric vai mudar tudo isso com promessas de diversas atitudes. Segundo ele, os afiliados vão ter a primeira oportunidade de ver a mudança sendo feita com a ajuda que a CrossFit pretende proporcionar aos boxes para superar esse momento de pandemia. Roza usará sua formação em líder de tecnologia de empresas para criar um software que vai ajudar os donos de boxes a tentar incluir mais pessoas, manter os alunos mais engajados e diminuir a rotatividade.

10. (1:00:00) Pergunta de Thalita Santos, da CrossFit Resende: Você está pensando em ajustar a taxa de afiliado do país com base na economia do país?

Reto e muito direto, Roza respondeu: “Sim. Não apenas estamos considerando isso, nós vamos ajustar as taxas de afiliados com base na economia do país”. Eric completou dizendo que não pode dar mais detalhes no momento, mas que estão com conversas bem adiantadas para anunciar mudanças nos valores no próximo trimestre. Ele disse que nos EUA em média se precisa do valor de matrícula anual de 2 alunos para se pagar a taxa exigida pela empresa e que em alguns lugares se precisa de 20. Isso não faz sentido.

Observação do HugoCross: se considerarmos 250 reais por mês de taxa de mensalidade (em alguns lugares cobra-se muito mais e outros menos), precisaríamos da taxa anual de 6 alunos para pagar a taxa da CrossFit (com o dólar a 6 reais). Ou seja, 3 vezes mais do que se paga nos EUA.

11. (1:04:19) Pergunta de Dustin Williams: como você vai promover as oportunidades para que atletas profissionais ganhem a vida no nosso esporte?

Roza começou dizendo que não sabe o número exato, mas que tem noção de que poucas pessoas conseguem ganhar a vida, atualmente, como atleta de Crossfit. Eric enfatiza que é necessário aumentar o número de espectadores no mundo do Crossfit: “Você pode imaginar quantos atletas mais vão poder ganhar a vida, e uma ótima vida a partir do CrossFit, se tiver um bilhão de espectadores em todo o mundo?”.  Isso envolve muito trabalho e dedicação por parte das pessoas envolvidas.

12. (1:13:03) Pergunta de Jordan Holland: Qual o futuro do departamento de mídia da CrossFit?

Roza deixou claro a total importância da continuação desse trabalho e disse que a intenção é se concentrar cada vez mais em produzir uma ótima narrativa do CrossFit. Criando e obtendo grandes histórias.

A live gerou boas repercussões e expectativas cada vez mais altas para conhecermos qual será o real futuro da marca CrossFit. Mas me diz você, as palavras do novo CEO te agradaram? Lembrando que esse tipo de conversa será trimestral. Ou seja, saberemos com mais propriedade o que pensa o novo CEO e a empresa para o futuro do esporte e das afiliações.

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